4 de março de 2025
As 10 bactérias mais resistentes do mundo – e por
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A resistência bacteriana é um fenômeno que intriga cientistas e profissionais da saúde em todo o mundo. Algumas bactérias desenvolvem a capacidade de sobreviver em ambientes extremamente hostis, como altas temperaturas, radiação intensa, além de desenvolverem imunidade aos antibióticos mais potentes da atualidade.

Esses microrganismos, conhecidos como superbactérias, representam um dos maiores desafios da medicina moderna, portanto, conhecer essas bactérias é fundamental para o desenvolvimento de novas estratégias de combate e prevenção de infecções. Além disso, é essencial ampliarmos a nossa compreensão sobre os limites da vida na Terra.

Confira uma lista com 10 das bactérias mais resistentes do mundo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), caso medidas urgentes não sejam adotadas, a resistência bacteriana poderá condicionar anualmente 10 milhões de mortes anuais até 2050. Ou seja, essas bactérias não apenas ameaçam a saúde humana, mas também desafiam a ciência com sua capacidade de mutação e adaptação.

Pesquisadores estudam bactérias resistentes que desafiam os avanços da ciência (Divulgação/Freepik)

Entender mais sobre o assunto pode ser extremamente útil para a proteção individual e coletiva. Por isso, confira a seguir quais são as 10 bactérias mais resistentes do mundo e entenda por que elas são tão difíceis de eliminar.

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1. Deinococcus radiodurans

Considerada a bactéria mais resistente do mundo, a Deinococcus radiodurans sobrevive a condições que matariam qualquer outro ser vivo. Não causa doenças em humanos, mas é encontrada em ambientes extremos, como solos contaminados por radiação e resíduos nucleares.

Sua maior façanha? Suportar até 5.000 Gy de radiação ionizante – para comparação, apenas 5 Gy são suficientes para matar uma pessoa. Além disso, resiste a frio, calor, desidratação e vácuo. Esse “superpoder” vem da sua incrível capacidade de reconstruir o próprio DNA após sofrer danos.

Como combatê-la: apenas doses altíssimas de radiação combinadas com agentes oxidantes, como o peróxido de hidrogênio, conseguem eliminá-la.

2. Bacillus subtilis

Popular no solo e em ambientes aquáticos, o Bacillus subtilis é inofensivo para a maioria das pessoas, mas pode causar infecções oportunistas em quem tem a imunidade baixa. Sua principal arma é a formação de esporos – uma espécie de “casca protetora” – que a ajuda a resistir ao calor de até 100 °C, à radiação UV e a desinfetantes comuns.

Como combatê-la: só a autoclavação (121 °C sob pressão por 15 minutos) é capaz de destruir esses esporos teimosos.

3. Clostridium botulinum

Responsável pelo temido botulismo, a Clostridium botulinum produz uma toxina extremamente letal, capaz de causar paralisia muscular. Essa bactéria adora ambientes com pouco oxigênio e pode estar em alimentos mal conservados. Seus esporos são difíceis de matar – resistem ao calor e permanecem viáveis por anos.

Como combatê-la: para neutralizar a toxina, basta aquecer os alimentos a 80 °C por 30 minutos. Já os esporos só morrem com autoclavação a 121 °C.

4. Thermus aquaticus

Encontrada em fontes termais e vulcões submarinos, a Thermus aquaticus não é perigosa para humanos, mas sua resistência ao calor (sobrevive a até 100 °C) a tornou essencial na ciência. Sua enzima Taq polimerase é usada em testes de DNA, como o PCR.

Como combatê-la: embora resistente a altas temperaturas, também sucumbe à autoclavação a 121 °C.

Ilustração digital em tons de azul mostrando estruturas microscópicas esféricas com superfície rugosa e espinhos, representando vírus ou bactérias em um ambiente abstrato.
Microrganismos resistentes (Divulgação/Freepik)

5. Bacillus cereus

Vilã das intoxicações alimentares, a Bacillus cereus pode transformar um prato de arroz mal armazenado em uma ameaça. Aliás, seus esporos sobrevivem ao cozimento e, quando ingeridos, causam náuseas, vômitos e diarreia.

Como combatê-la: para eliminar as toxinas, é necessário ferver o alimento por 30 minutos. Já os esporos só morrem com autoclavação.

6. Clostridium difficile

Um dos maiores pesadelos dos hospitais, a Clostridium difficile causa infecções intestinais severas, principalmente em pacientes que usam antibióticos por longos períodos. Seus esporos são resistentes à maioria dos desinfetantes e permanecem em superfícies por meses.

Como combatê-la: apenas desinfetantes potentes, como hipoclorito de sódio concentrado, e a autoclavação são eficazes.

7. Mycobacterium tuberculosis

A bactéria responsável pela tuberculose, Mycobacterium tuberculosis, é uma especialista em sobreviver. Ela se aloja nos pulmões, é transmitida pelo ar e pode ficar “adormecida” no organismo por anos. Além disso, sua parede celular espessa a protege contra antibióticos e desinfetantes comuns.

Como combatê-la: o tratamento exige um coquetel de antibióticos por meses. Para desinfetar ambientes, usa-se hipoclorito de sódio ou radiação UV prolongada.

8. Acinetobacter baumannii

Um inimigo silencioso nos hospitais, o Acinetobacter baumannii provoca infecções graves, como pneumonia e septicemia. Ele sobrevive por semanas em superfícies, e é, além disso, resistente a diversos antibióticos, incluindo os mais potentes, como os carbapenêmicos.

Como combatê-la: requer antibióticos específicos, como as polimixinas, e desinfetantes avançados, como o peróxido de hidrogênio vaporizado.

Ilustração digital em tons de azul mostrando estruturas microscópicas esféricas com superfície rugosa e espinhos, representando vírus ou bactérias em um ambiente abstrato.
Cientistas buscam constantemente avançar nos estudos sobre bactérias resistentes (Divulgação/Freepik)

9. Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA)

Conhecido como “superbactéria”, o MRSA é uma versão do Staphylococcus aureus que não responde a vários antibióticos. Causa infecções na pele, pulmões e corrente sanguínea, e é um dos principais agentes de infecções hospitalares.

Como combatê-la: antibióticos alternativos, como vancomicina, são a principal opção. A higienização rigorosa de mãos e superfícies é fundamental para controlar sua propagação.

10. Pyrolobus fumarii

O Pyrolobus fumarii vive em fontes hidrotermais no fundo do oceano, suportando temperaturas absurdas – até 113 °C. Não representa risco para humanos, mas fascina cientistas por sua incrível capacidade de resistir a calor extremo e pressão intensa.

Como combatê-la: assim como outras bactérias resistentes ao calor, a autoclavação é o único método eficaz para eliminá-la.

O post As 10 bactérias mais resistentes do mundo – e por que são tão perigosas apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/03/04/medicina-e-saude/as-10-bacterias-mais-resistentes-do-mundo-e-por-que-sao-tao-perigosas/