
A Boeing adiou o lançamento do 777X de 2026 para o início de 2027. O impacto financeiro pode variar entre US$ 2,5 bilhões (R$ 13,3 bilhões) e US$ 4 bilhões (R$ 21,3 bilhões); os detalhes serão apresentados na divulgação de resultados da fabricante de aviões estadunidense em 29 de outubro.
A Deutsche Lufthansa, companhia aérea alemã que fará a estreia do jato, já adiou os planos para incluir a aeronave na sua frota, assim como a Emirates, a maior cliente do 777X. As informações são da Bloomberg.
O cronograma original previa o primeiro voo comercial da aeronave para 2020. Segundo o CEO da Boeing, Kelly Ortberg, o contratempo se deve a uma “montanha de trabalho” e não por problemas técnicos no avião.
“Mesmo um pequeno atraso no cronograma do programa 777 tem um impacto financeiro bastante grande, porque estamos em uma situação de prejuízo”, disse ele em uma conferência do Morgan Stanley no mês passado. “Então, estamos analisando isso com muita seriedade.”
Versão atualizada
- A Boeing diz que o 777X será o “maior e mais eficiente jato bimotor do mundo, incomparável em todos os aspectos de desempenho”;
- O projeto, apresentado em 2013, prevê 10% menos consumo de combustível e emissões, além de custos operacionais 10% menores do que os da concorrência;
- A cabine será espaçosa e ampla, proporcionando “a experiência de voo do futuro”, segundo a empresa;
- A família 777X estará disponível em dois tamanhos: o 777-8 atenderá mercados de distâncias ultralongas, enquanto o 777-9 atende a demanda do 747 ou um A380, mas com economia de combustível graças ao seu motor duplo;
- Essa junção de alta capacidade de carga e assuntos e alcance extremo cria rotas mais viáveis do que qualquer outro widebody, explica o site SimpleFlying.

Um exemplo disso é a expansão da frota de aeronaves comerciais da Índia e do Sul da Ásia, que crescerá quase quatro vezes nos próximos 20 anos, segundo a própria companhia. E o 777X vai desenvolver ainda mais as malhas de longa distância, especialmente da Índia para a América do Norte, onde a capacidade dobrou na última década.
“A região da Índia e do Sul da Ásia continua sendo o mercado de aviação comercial de crescimento mais rápido do mundo“, disse Ashwin Naidu, diretor-gerente de Marketing Comercial da Boeing para a Índia e o Sul da Ásia.
“As pessoas terão maior acesso a viagens aéreas e as companhias aéreas da região precisarão de uma frota moderna e com baixo consumo de combustível para atender ao aumento da demanda nas próximas duas décadas.”
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Boeing com sofrimento financeiro
O desenvolvimento do 777X já estourou em US$ 11 bilhões (R$ 58,7 bilhões) o caixa da empresa e os atrasos podem gerar prejuízos de US$ 4 bilhões (R$ 21,3 bilhões), segundo a reportagem. Por estar em um programa de perda futura, a Boeing não conseguirá recuperar os custos extras no primeiro lote de 500 aviões que vender.
No ano passado, a companhia estadunidense reportou um prejuízo de US$ 11,83 bilhões (R$ 59 bilhões) — o pior resultado financeiro da gigante da aviação desde 2020. No quarto trimestre, a receita despencou 31%, abaixo das expectativas do mercado financeiro, o que abalou a confiança de investidores. Mas a empresa reagiu e iniciou o ano com a entrega de 44 aeronaves, desempenho acima da rival europeia Airbus.
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