O buraco que se abre todos os anos na camada de ozônio sobre a Antártida chegou ao sétimo menor tamanho desde o início de um plano para sua recuperação, em 1992. Cientistas da NASA e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) acreditam que a faixa de gás poderá se recuperar completamente até 2066.
A zona de destruição atingiu uma área média de 20 milhões de quilômetros quadrados em 2024, quase três vezes o tamanho do território dos EUA. A maior extensão foi registrada em 28 de setembro, com 22,4 milhões de quilômetros quadrados.
A camada de ozônio é essencial para proteger a Terra dos efeitos de raios ultravioleta emitidos pelo Sol. O acordo global conhecido como Protocolo de Montreal busca eliminar de forma gradual a emissão de produtos químicos que destroem essa proteção.
“O buraco antártico de 2024 é menor do que os buracos de ozônio vistos no início dos anos 2000”, disse Paul Newman, líder da equipe de pesquisa de ozônio da NASA e cientista-chefe de ciências da Terra no Goddard Space Flight Center da NASA. “A melhora gradual que vimos nas últimas duas décadas mostra que os esforços internacionais que coibiram os produtos químicos destruidores de ozônio estão funcionando”.
Os cientistas acreditam que a melhora se deve ao declínio conjunto de produtos químicos nocivos de clorofluorcarbono com a infusão inesperada de ozônio transportado pelas correntes de ar do norte da Antártida.
“Para 2024, podemos ver que a gravidade do buraco na camada de ozônio está abaixo da média em comparação a outros anos nas últimas três décadas, mas a camada de ozônio ainda está longe de ser totalmente curada”, disse Stephen Montzka, cientista sênior do Laboratório de Monitoramento Global da NOAA.
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Olhar para o futuro
Regiões onde o ozônio está esgotado permitem que a radiação UV atinja a superfície da Terra, resultando em aumento de casos de câncer de pele e catarata, segundo a NASA. Além disso, a exposição excessiva aos raios pode reduzir a produção agrícola e danificar ecossistemas.
Na década de 1970, a camada estava praticamente destruída na Antártida, o que acendeu um alerta entre os cientistas. Produtos de clorofluorcarbono presentes em eletrodomésticos, tintas, espumas isolantes e sistemas industriais foram os principais causadores da corrosão à época.
O buraco é descrito como a área na qual as concentrações de ozônio caem abaixo do limite histórico de 220 unidades Dobson. A concentração de 2024 atingiu seu menor valor de 109 unidades Dobson em 5 de outubro. O menor valor já registrado sobre o Polo Sul foi de 92 unidades Dobson em outubro de 2006.
“Isso está bem abaixo das 225 unidades Dobson que eram típicas da cobertura de ozônio acima da Antártida em 1979”, disse o químico pesquisador da NOAA Bryan Johnson. “Então, ainda há um longo caminho a percorrer antes que o ozônio atmosférico retorne aos níveis anteriores ao advento da poluição generalizada de CFC.”
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