18 de novembro de 2024
Buraco negro tem coroa mapeada pela primeira vez
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Assim como o Sol possui uma coroa extremamente fina e quente, visível durante eclipses totais, buracos negros também apresentam uma região semelhante, embora ainda mais difícil de observar. 

Um estudo publicado recentemente no periódico científico The Astrophysical Journal conseguiu analisar essa área enigmática, avançando a compreensão humana sobre a dinâmica dos buracos negros.

Imagem do eclipse total do Sol de 2017, fotografado em Madras, Oregon, nos EUA, mostra a coroa solar. Crédito: NASA/Aubrey Gemignani

Coroa superaquecida é ofuscada por disco de acreção

Buracos negros ativos são cercados por um anel de gás e poeira, além de um disco de acreção de material aquecido que gira em torno deles. Jatos de gás ionizado, acelerando quase à velocidade da luz, emergem de suas regiões polares. Esse modelo explica os diferentes tipos de núcleos galácticos ativos (AGNs), cuja aparência varia de acordo com o ângulo de visão.

Na região mais interna do disco de acreção, existe uma coroa superaquecida, com temperaturas de bilhões de graus Celsius. No entanto, sua luz é ofuscada pelo brilho intenso do disco de acreção, o que a torna praticamente invisível. 

Ilustração do material girando em torno de um buraco negro, destacando a coroa, que brilha intensamente na luz de raios-X. Crédito: NASA / JPL-Caltech / R. Hurt (IPAC)

Para contornar essa dificuldade, uma equipe de pesquisadores liderada por Mary Lynne Saade, doutora em astronomia pela Universidade da Califórnia-Los Angeles, nos EUA, usou uma abordagem semelhante à observação da coroa solar durante eclipses. Os pesquisadores focaram em buracos negros obscurecidos, cuja visão do disco de acreção é bloqueada pelo anel de gás e poeira.

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Raios-X expõem segredo de buracos negros ativos

Apesar dessa obstrução, a coroa emite raios-X de alta energia, que interagem com o gás e a poeira no entorno, espalhando-se e fazendo o anel refletir. Utilizando dados do Explorador de Polarimetria de Raios-X (IXPE), da NASA, a equipe analisou os buracos negros obscurecidos Cygnus X-1 e X-3, na Via Láctea, e LMC X-1 e X-3, na Grande Nuvem de Magalhães, além de outros oito.

Os resultados revelaram não apenas a detecção dos raios-X das coroas, como também algo surpreendente: em vez de uma esfera semelhante à coroa solar, a coroa do buraco negro forma um disco alinhado ao redor dele, como o próprio disco de acreção.

Essas descobertas oferecem novas pistas sobre como os buracos negros consomem matéria e alimentam os AGNs que iluminam galáxias distantes. Além disso, fornecem informações importantes para refinar os modelos teóricos desses fenômenos cósmicos, ajudando os cientistas a desvendar os segredos do Universo profundo.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/11/18/ciencia-e-espaco/buraco-negro-tem-coroa-mapeada-pela-primeira-vez/