Uma tumba notável, descoberta em um pântano isolado no sudoeste da Inglaterra, pode oferecer novas perspectivas sobre como era a vida a cerca de quatro mil anos, na Idade do Bronze.
Segundo um comunicado, o achado, localizado no Parque Nacional de Dartmoor, foi inicialmente identificado em maio, mas só começou a ser escavado este mês, quando os arqueólogos perceberam que a câmara funerária estava se desgastando na turfa.
A tumba, uma cova de aproximadamente um metro quadrado, estava coberta por três grandes pedras de granito. Com base na datação por radiocarbono de carvão encontrado no interior, estima-se que a sepultura tenha sido usada por volta de 1800 a.C.
Ao remover as pedras, os arqueólogos descobriram pedaços de madeira incrivelmente bem preservados, além de 30 centímetros de material de preenchimento. O túmulo foi então cuidadosamente transferido para um laboratório, onde será executada uma microescavação detalhada que revelará todos os itens enterrados.
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Localizada em uma pequena área úmida em Cut Hill, uma das elevações mais altas de Dartmoor, a tumba se junta a outra descoberta semelhante feita em 2011 em Whitehorse Hill, também em Dartmoor. A sepultura de Whitehorse Hill, datada entre 1730 e 1600 a.C., continha os restos cremados de um jovem adulto, além de artefatos notavelmente preservados devido à falta de oxigênio na turfa, como uma pele de urso pardo, tecidos e um colar com mais de 200 contas de diversos materiais, incluindo âmbar.
Câmara funerária revela detalhes da Inglaterrada Idade do Bronze
Esses enterros oferecem uma visão rara e detalhada sobre a vida na Inglaterra da Idade do Bronze. As contas de âmbar, por exemplo, indicam que os habitantes de Dartmoor estavam conectados a uma rede de comércio que se estendia até a região do Báltico, mostrando que não eram tão isolados quanto se poderia imaginar.
A análise da paisagem ao redor da tumba de Cut Hill, liderada por Ralph Fyfe, da Universidade de Plymouth, sugere uma intensa atividade humana na área durante tempos pré-históricos. Para a arqueóloga Laura Basell, da Universidade de Leicester, o local pode ter sido visto pelos antigos como um ponto de transição entre a terra, a água e o céu, possivelmente representando a fronteira entre a vida e a morte.
Sendo quase duas vezes maior que o de Whitehorse Hill, o enterro de Cut Hill exige um trabalho meticuloso de microescavação que levará tempo para ser concluído.
Lee Bray, arqueólogo do Parque Nacional de Dartmoor, expressou entusiasmo com a descoberta, que tem o potencial de fornecer informações tão ricas quanto as encontradas em Whitehorse Hill – mas que, também, traz algumas perguntas. “Ficamos todos sem palavras quando levantamos a pedra angular e olhamos para dentro. A câmara funerária não é apenas maior do que esperávamos, mas continha vários pedaços de madeira que parecem ter sido deliberadamente moldados e cortados. Isso levanta mais questões: a madeira poderia ter sido um objeto que foi desmontado e deliberadamente colocado dentro da sepultura? Em caso afirmativo, o que era e a quem pertencia?”
Após a escavação, todos os artefatos serão conservados, analisados e publicados.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/08/22/ciencia-e-espaco/camara-funeraria-da-idade-do-bronze-e-descoberta-em-pantano/