15 de agosto de 2025
Carta de 327 anos revela cidade maia perdida
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Pesquisadores descobriram, no México, a cidade maia perdida de Sak-Bahlán, conhecida como “terra do jaguar branco”, usando informações contidas em uma carta escrita em 1698.

Segundo o Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH), a localização foi identificada a partir de dados fornecidos pelo frei Diego de Rivas.

localização foi identificada a partir de dados fornecidos pelo frei Diego de Rivas (Imagem: ahau1969/Shutterstock)

Após serem forçados a deixar sua capital, Lakam Tun (“Grande Rocha”), em 1586, o povo Lakandon-Ch’ol se refugiou mais profundamente na selva e fundou Sak-Bahlán, onde viveu livre da interferência espanhola por cerca de um século.

Em 1695, a cidade foi descoberta pelo frei Pedro de la Concepción e logo tomada pelos espanhóis, que a rebatizaram como Nuestra Señora de los Dolores (“Nossa Senhora das Dores”). Em 1721, foi abandonada e engolida pela vegetação.

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Grupo de pesquisadores em torno e uma escavação
Expedição contou com financiamento do Discovery Channel, que apresentará a redescoberta em documentário (Imagem: Reprodução/YouTube/Discovery)

Como a carta levou os pesquisadores ao achado?

O pesquisador do INAH Lozada Toledo explicou que reconstruiu a rota descrita por De Rivas:

“Por exemplo, ele conta como, naquele ano, partiu com soldados de Nuestra Señora de los Dolores (antiga Sak-Bahlán) e caminhou quatro dias até o rio Lacantún. Navegaram por dois dias até El Encuentro de Cristo, onde o afluente se une ao rio Pasíon e, então, seguiram a pé até o lago Petén Itzá, na Guatemala.”

  • A partir desses pontos georreferenciados, Toledo estimou a localização aproximada de Sak-Bahlán, considerando relevo, vegetação e carga transportada. “Combinando todas essas variáveis, consegui propor, no mapa, um intervalo aproximado onde o sítio poderia estar”, disse;
  • Toledo liderou uma expedição pela selva e confirmou a descoberta: “Foi a viagem de campo mais difícil da minha vida, mas, no fim, encontramos as evidências arqueológicas exatamente no ponto que eu havia marcado“;
  • A expedição contou com financiamento do Discovery Channel, que apresentará a redescoberta no documentário Discovering the Hidden Mayan City: Sac Balam.
Flechas antigas
Toledo liderou uma expedição pela selva e confirmou a descoberta (Imagem: Reprodução/YouTube/Discovery)

A seguir, confira um teaser do programa:

Parece que a civilização maia nos enganou por muito tempo

A civilização maia é uma das mais importantes da fase pré-colombiana, tendo se desenvolvido principalmente em áreas do atual México, e em partes da Guatemala, Belize e Honduras. Ela é conhecida por sua cultura, com destaque para a escrita hieroglífica, a matemática, a astronomia e o calendário.

Apesar disso, ainda sabemos muito pouco sobre este povo antigo. Um novo estudo, por exemplo, revela que esta população antiga pode ter sido muito maior do que pensávamos, além de ter construído assentamentos muito complexos para o período.

População maia atingiu 16 milhões de pessoas

  • Uma pesquisa publicada em 2018 havia estimado que havia 11 milhões de maias entre 600 e 900 d.C.
  • Este é o Período Clássico Tardio, momento em que a civilização atingiu o seu auge.
  • O novo trabalho, no entanto, revela que o número pode ser bem maior.
  • Segundo os pesquisadores, a estimativa é que 16 milhões de pessoas viviam nas ‘cidades’ maias naquela época.
  • O estudo, publicado no Journal of Archaeological Science: Reports, também sugere que os assentamentos eram muito mais complexos e interconectados.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/14/ciencia-e-espaco/carta-de-327-anos-revela-cidade-maia-perdida/