28 de outubro de 2025
Cidade brasileira está na vanguarda da proteção do céu noturno
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A pequena cidade de Matureia, na Paraíba, entrou na vanguarda pela proteção do céu noturno contra a poluição luminosa. Esse foi o principal tema abordado no programa Olhar Espacial da última sexta-feira, 17, no canal do Olhar Digital no YouTube.

Foram recebidos no programa: Silvia Carneiro, representante da International Dark Sky no Brasil e os vereadores de Maureia Matheus Jerônimo e Ariano Dantas, que apresentaram o projeto. O principal foco foi comentar sobre a Lei nº 592/2025, que prevê a substituição gradual das luminárias antigas por LEDs com baixa emissão de luz.

Via Láctea sobre Casarão do Jabre em Maturéia, PB. Créditos: Marcelo Zurita

De acordo com o Índice de Potencial Astroturístico, feito pela expedição Entre Parques, o local é o quinto mais promissor do país para observar estrelas, planetas e outros fenômenos do céu noturno. “O céu de Matureia não deve em nada para os outros lugares e nós temos diferenciais que eles não têm, temos um povo receptivo e hospitaleiro”, disse Matheus.

A nova lei tem alguns objetivos, entre eles: ajudar a fomentar o turismo na região e garantir que a poluição luminosa não interfira na observação do céu. Esta é a primeira legislação do tipo no Brasil. Além disso, a lei é importantíssima para a pequena cidade paraibana. Segundo Matheus, “esse nosso projeto de lei, na vanguarda da iluminação pública, serve para que se fomente cada vez mais nosso turismo e gere emprego e renda na cidade”.

Primeira lei municipal do Brasil contra a poluição luminosa

O município paraibano reúne condições naturais ideais para a astronomia:

  • O clima é estável, com longos períodos de céu limpo e baixa umidade;
  • A região de serra oferece horizontes amplos, facilitando a observação de eclipses, chuvas de meteoros e corpos celestes;
  • A transparência do ar permite enxergar objetos mais fracos, como nebulosas e aglomerados estelares;
  • Céus escuros e baixa poluição luminosa facilitam a observação detalhada de estrelas e outros corpos celestes.
Céu do Pico do Jabre, ponto mais alto da Paraíba e cartão-postal do município de Matureia. Crédito: Diego Alencar (cedido pela APA)

As novas lâmpadas, que substituirão gradualmente as antigas, conforme previsto pela Lei 592/2025, terão tonalidades âmbar ou avermelhadas, acima de 630 nanômetros, reduzindo impactos na fauna, na saúde humana e na visibilidade do céu. Em áreas urbanas, o limite será de 2.700 Kelvin, com exceção das faixas de pedestre, que poderão chegar a 3.000 K.

Além de impedir a observação do céu, a poluição também faz mal

Para entender o porquê da poluição luminosa fazer mal para nós, é preciso compreender como a luz azul age no nosso organismo. Segundo Silvia, quando o cérebro detecta esse tipo de informação, ele entende como um sinal de que está de dia, devido à cor do céu e para de produzir os hormônios do sono, como a melatonina.

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Como na luz branca utilizada na iluminação pública existem também traços de luz azul, o corpo para de produzir os hormônios de maneira correta. Essa desregulação pode desencadear diversos problemas de saúde graves como: câncer, demência, Alzheimer, diabete e doenças coronárias.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/10/28/ciencia-e-espaco/cidade-brasileira-esta-na-vanguarda-da-protecao-do-ceu-noturno/