29 de novembro de 2024
Cientistas deixaram moscas bêbadas para entender melhor o ser humano
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Você pode até gostar de beber sozinho, mas é inegável que beber e socializar estão relacionados, e quando bebemos com outras pessoas em volta a sensação parece ser mais prazerosa. Em busca de desvendar as razões por trás disso, um novo estudo foi realizado.

A nova pesquisa revela por que o álcool faz as pessoas se sentirem mais felizes em ambientes sociais, mas não quando bebem sozinhas. Usando moscas-da-fruta, os cientistas descobriram que a dopamina no cérebro desempenha um papel fundamental na amplificação dos efeitos eufóricos do álcool durante as interações sociais.

O estudo destaca o envolvimento do receptor de dopamina D1 no impacto do álcool no cérebro, oferecendo percepções sobre a vulnerabilidade ao Transtorno por Uso de Álcool (AUD). Esta descoberta pode abrir caminho para uma melhor compreensão e tratamento do AUD.

Embora possam parecer uma escolha pouco convencional para obter conhecimento sobre o comportamento humano, as moscas-da-fruta partilham cerca de 75% dos mesmos genes que causam doenças humanas, e deixá-las bêbadas pode trazer resultados que ajudam a entender o organismo humano quando há consumo de álcool.

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Similaridade genética das moscas foi útil para o estudo com álcool – Imagem: giansu/Shutterstock

Como o estudo com as moscas foi conduzido

  • Os experimentos da equipe de pesquisadores consistiram em expor moscas-da-fruta, sozinhas ou em grupo, ao vapor de etanol e medir sua velocidade média para determinar o grau de resposta induzida pelo etanol.
  • Enquanto as moscas que “beberam sozinhas” apresentaram um ligeiro aumento no movimento, as moscas expostas ao etanol em grupo apresentaram um aumento significativo na velocidade e no movimento.
  • Depois, eles testaram se a dopamina desempenha um papel na resposta das moscas ao etanol, comparando um grupo de controle cuja dopamina era naturalmente regulada com um grupo experimental que apresentava níveis aumentados de dopamina.
  • A equipe descobriu que as moscas, independentemente de terem níveis normais ou aumentados de dopamina, tiveram uma reação semelhante ao etanol em ambiente solitário – um pequeno aumento na atividade. Mas em ambientes sociais, as moscas com aumento de dopamina mostraram hiperatividade ainda mais elevada do que o habitual.

A tarefa final dos especialistas foi identificar qual dos cinco receptores de dopamina no cérebro é o que mais contribui neste processo, e descobriu que o receptor de dopamina D1 era mais importante para a reação das moscas ao etanol em um ambiente social.

O próximo passo da equipe é explorar os meandros pelos quais o receptor de dopamina D1 serve como ponto de ligação para os sinais que contribuem para o etanol, a interação social e o AUD.

A ciência foi capaz de explicar a razão de o ato de beber álcool ser melhor quando se pode socializar – Imagem: Shutterstock/View Apart

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/08/09/ciencia-e-espaco/cientistas-deixaram-moscas-bebadas-para-entender-melhor-o-ser-humano/