8 de abril de 2025
Cientistas “ressuscitam” lobos de “Game of Thrones” em laboratório
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Em um feito científico que evoca cenas da popular série “Game of Thrones“, pesquisadores da Colossal Biosciences anunciaram o nascimento de três filhotes de lobo cinzento com genes de lobo terrível, uma espécie extinta há cerca de 13.000 anos.

A notícia, que rapidamente se espalhou pelo mundo, reacendeu o debate sobre a ética da desextinção e os possíveis impactos ecológicos da reintrodução de animais extintos.

Revivendo o passado genético dos lobos

Os lobos, batizados de Romulus, Remus e Khaleesi, são resultados de um complexo processo de edição genética, no qual 20 genes de lobos cinzentos foram modificados para incorporar características dos lobos terríveis, como tamanho avantajado e pelagem branca e densa.

Os filhotes, que vivem em uma instalação de 2.000 acres no norte dos Estados Unidos, representam um marco na tentativa de trazer de volta à vida espécies extintas.

Pesquisadores anunciaram o nascimento de três filhotes de espécie extinta há cerca de 13.000 anos. (Imagem: Colossal Biosciences)

Apesar do entusiasmo de alguns, a iniciativa da Colossal Biosciences enfrenta críticas de cientistas e ambientalistas, que questionam a viabilidade e a ética da desextinção. Um dos principais argumentos é que os animais ressuscitados não seriam clones perfeitos das espécies originais, mas sim versões modificadas, com comportamentos e necessidades adaptadas ao ambiente moderno, drasticamente diferente da era glacial.

Além disso, a reintrodução de predadores extintos poderia ter consequências imprevisíveis para os ecossistemas, afetando o equilíbrio das cadeias alimentares e a biodiversidade. A competição com lobos cinzentos, por exemplo, poderia gerar conflitos e impactos negativos para ambas as espécies.

Futuro da desextinção, e o impacto dos lobos terríveis no mundo moderno, ainda são incertos. (Imagem: Colossal Biosciences)

No entanto, os defensores da desextinção argumentam que a tecnologia desenvolvida pela Colossal Biosciences pode ter aplicações valiosas na conservação de espécies ameaçadas, como o lobo vermelho, que enfrenta o risco de extinção devido à hibridização com coiotes. A empresa já anunciou a criação de quatro clones de híbridos de lobo vermelho e coiote, visando aumentar a diversidade genética da população de lobos vermelhos na Carolina do Norte.

A iniciativa da Colossal Biosciences reacende um debate que se estende por décadas: a desextinção é uma ferramenta viável e ética para a conservação da biodiversidade, ou uma aventura científica com consequências imprevisíveis? Enquanto alguns veem a ressurreição de espécies extintas como uma forma de corrigir os erros do passado e restaurar ecossistemas degradados, outros alertam para os riscos de interferir na natureza de forma tão radical.

A comunidade científica e o público acompanham de perto os próximos passos da Colossal Biosciences, enquanto os filhotes de lobo terrível crescem em cativeiro, despertando fascínio e polêmica em igual medida. O futuro da desextinção, e o impacto dos lobos terríveis no mundo moderno, ainda são incertos, mas a discussão que se desenrola nos leva a refletir sobre o papel da ciência na conservação da vida na Terra.

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Lobos dos Stark em “Game of Thrones”?

Embora a série “Game of Thrones” tenha popularizado os lobos terríveis, existem algumas diferenças importantes entre os animais da ficção e os reais:

  • Na série, os lobos terríveis são retratados como animais enormes, muito maiores do que os lobos comuns.
  • Embora os lobos terríveis reais fossem maiores que os lobos modernos, a representação na série pode ter exagerado um pouco o tamanho.
  • A série também atribui aos lobos terríveis características específicas, como uma forte conexão com os membros da Casa Stark. Essas ligações são elementos de fantasia e não têm base na realidade.
  • Na série, os lobos terríveis são encontrados principalmente no Norte, além da Muralha.
  • Na realidade, os lobos terríveis habitaram principalmente a América do Norte, especialmente a região sul dos Estados Unidos.
  • A série explora a relação entre os lobos terríveis e os humanos, criando um vínculo quase místico.
  • O comportamento dos lobos terríveis reais era provavelmente mais semelhante ao dos lobos modernos, com uma estrutura social de matilha e comportamento de caça.
“Game of Thrones” usou o conceito de lobos terríveis como inspiração, mas com elementos de fantasia. (Imagem: Reprodução/HBO)

A série não aborda a causa da extinção dos lobos terríveis. Na realidade, acredita-se que a extinção tenha sido causada por mudanças climáticas e pela extinção de grandes presas, como mamutes e bisões.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/04/07/ciencia-e-espaco/cientistas-ressuscitam-lobos-de-game-of-thrones-em-laboratorio/