
Encontrar vida alienígena é um dos grandes objetivos da ciência atualmente. Mas não são apenas os ‘aliens’ que podem estar vivendo planeta afora: objetos interestelares se originam fora do nosso Sistema Solar, mas, eventualmente, podem fazer uma ‘visitinha’ por aqui.
Porém, esses corpos celestes apresentam dois problemas: eles são extremamente rápidos e têm trajetórias inesperadas, o que torna muito difícil detectá-los e estudá-los a tempo.
Um projeto em colaboração com o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA tem uma solução para viabilizar o estudo desses objetos.
Objetos interestelares fazem ‘visitas’ ao nosso Sistema Solar
Objetos interestelares são corpos que nascem foram do Sistema Solar, como cometas, asteroides e meteoros. Alguns deles corriqueiramente passam por aqui e chamam atenção da ciência.
O 1I/’Oumuamua, por exemplo, foi o primeiro deles a ser descoberto passando pelo nosso Sistema Solar, em 2017. Ele viajou em uma velocidade de cerca de 315.400 km/h e, inicialmente, foi classificado como um cometa. Depois, foi renomeado apenas como “objeto interestelar”, porque não atendia às características de cometa.
Em 2019, foi a vez do 2I/Borisov, o primeiro a ser classificado como “cometa interestelar”.
Os objetos intrigam a ciência, mas, como são extremamente rápidos e têm trajetórias imprevisíveis, costumam ser difíceis de se descobrir e estudar. Uma equipe liderada por Hiroyasu Tsukamoto, professor da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, em parceria com a NASA, pensou em uma alternativa para detectar esses corpos a tempo.
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Projeto quer detectar objetos interestelares com segurança
O projeto reconhece os dois desafios (velocidade e trajetória dos objetos interestelares) e pensou em uma solução: uma estrutura de orientação e controle baseada em aprendizado profundo que permite que naves espaciais encontrem os objetos com segurança.
Segundo Tsukamoto, em comunicado, a equipe está “tentando encontrar um objeto astronômico que atravesse nosso Sistema Solar apenas uma vez e não queremos perder essa oportunidade”. Ele destaca que, embora seja possível prever a aproximação dos objetos com antecedência, as condições de sua ‘visita’ são imprevisíveis.
A solução foi o projeto Neural-Rendezvous, que permite que uma nave espacial use IA para “pensar” rapidamente ao se aproximar dos objetos interestelares. De acordo com o Space.com, funcionaria como um cérebro humano, capaz de tomar uma decisão enquanto realiza a ação.

Em que pé está o projeto?
- Tsukamoto quer projetar o ‘cérebro’ e provar que ele funciona com segurança;
- Para chegar nesse objetivo, dois membros da equipe, os graduandos Arna Bhardwaj e Shishir Bhatta, tiveram a ideia de implementar o sistema em várias naves ao mesmo tempo. A intenção é maximizar a coleta de informações sobre os objetos interestelares e potencializar a atuação do sistema;
- A dupla colocou esse conceito à prova usando simuladores multi-espaçonave M-STAR e pequenos drones chamados Crazyflies, que funcionaram como uma espécie de enxame de naves trabalhando em conjunto;
- Os avanços foram descritos em um artigo, mas, por enquanto, o Neural-Rendezvous ainda é um “conceito teórico“. O primeiro teste foi uma tentativa de “torná-lo mais útil e prático”.
Um vídeo no YouTube descreveu como o sistema funcionaria:
O post Cientistas têm um plano para encontrar ‘visitantes’ no nosso Sistema Solar apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/04/07/ciencia-e-espaco/cientistas-tem-um-plano-para-encontrar-visitantes-no-nosso-sistema-solar/