O colesterol alto pode levar ao acúmulo de placas de gordura nas artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares graves, como infarto e AVC. O tratamento envolve mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios, e, em alguns casos, medicação.
O problema costuma ser associado aos adultos. Mas engana-se quem acredita que ele é exclusivo dessa faixa etária. Na verdade, os níveis elevados dessa gordura no sangue podem surgir em qualquer fase da vida, o que exige a adoção de alguns cuidados desde cedo.
Cerca de 25% das crianças e adolescentes brasileiros têm colesterol elevado
Em reportagem do Jornal da USP, a endocrinologista pediátrica Ruth Rocha Franco, do Instituto da Criança e do Adolescente da Faculdade de Medicina da USP, explica que, embora menos comum do que em adultos, o colesterol alto pode surgir na infância. Um alerta que já foi confirmado por pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, realizada em 2023. Segundo o trabalho, cerca de 25% das crianças e adolescentes brasileiros têm colesterol elevado. Desses, 19% apresentam níveis elevados do LDL, conhecido como o “colesterol ruim”. A origem desse problema pode estar ligada tanto a fatores genéticos quanto a hábitos alimentares inadequados.
Nos casos mais graves, geralmente há um componente genético, chamado hipercolesterolemia familiar, em que o organismo da criança produz colesterol em excesso, independentemente da alimentação. Mas o aumento do colesterol também pode estar relacionado à obesidade infantil, ao consumo excessivo de gorduras de origem animal, ao sedentarismo e até ao uso de certos medicamentos. Doenças como a síndrome nefrótica, embora mais raras na infância, também podem estar associadas ao problema.
Ruth Rocha Franco, endocrinologista pediátrica da USP
Apesar dos riscos, identificar o colesterol alto não é uma tarefa simples. Isso porque a condição não costuma apresentar sintomas. Dessa forma, o acúmulo da gordura pode começar ainda na infância e levar a um infarto ou derrame na vida adulta. Por isso, é fundamental monitorar a saúde dos menores de idade. A dosagem de colesterol é indicada em crianças entre 2 e 8 anos que apresentem obesidade, diabetes ou histórico familiar de doenças cardiovasculares. Para as demais, o ideal é fazer a verificação entre os 9 e 12 anos, quando o colesterol pode naturalmente se elevar com o início da puberdade.
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- Uma das principais dicas é evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados, frituras, bolos, chocolates, sorvetes, refrigerantes e hambúrgueres.
- Além disso, é fundamental incentivar a prática de atividades físicas como forma de combater o sedentarismo e limitar o tempo de exposição às telas.
- Em casos mais graves, pode ser necessário também o uso de medicação específica.
- De qualquer forma, a especialista reforça a necessidade dos pais e responsáveis estarem sempre atentos à saúde das crianças.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/29/medicina-e-saude/colesterol-alto-ja-e-um-problema-entre-criancas/
