3 de fevereiro de 2025
Como a radiação solar provoca o câncer de pele?
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Não é de hoje que o tema da prevenção e luta contra o câncer de pele é lembrado, especialmente com histórias de figuras públicas que trouxeram atenção para a doença. Um exemplo marcante é o do cantor Bob Marley, que faleceu em 1981 aos 36 anos devido a um melanoma acral lentiginoso, uma forma agressiva de câncer de pele que surgiu sob sua unha.

O câncer de pele é, atualmente, a forma mais comum de câncer em todo o mundo, com milhões de casos registrados anualmente. Mas como o Sol causa esse tipo de câncer? A radiação é a emissão e propagação de energia na forma de ondas eletromagnéticas ou partículas, que viajam pelo espaço ou por materiais.

Esse fenômeno ocorre naturalmente no universo e pode ser classificado em diferentes tipos, como radiação ionizante e não ionizante, dependendo de sua capacidade de remover elétrons de átomos ou moléculas. A luz visível, o calor que sentimos do Sol, e até os sinais de rádio são formas de radiação não ionizante, enquanto os raios-x e os raios gama são exemplos de radiação ionizante.

Mulher aplicando protetor solar (Reprodução: paultarasenko/Shutterstock)

A radiação emitida pelo Sol é uma mistura de diversos tipos de energia, incluindo luz visível, infravermelho e ultravioleta. A radiação ultravioleta (UV), em particular, tem maior energia e é responsável por efeitos tanto benéficos quanto nocivos na Terra. Ela desempenha um papel importante na síntese de vitamina D em seres humanos.

A radiação solar atravessa o espaço e chega ao nosso planeta, sendo parcialmente filtrada pela atmosfera, que bloqueia os tipos mais perigosos, como os raios UVC. Essa interação entre a radiação solar e a atmosfera é essencial para manter o equilíbrio energético da Terra, mas a exposição excessiva aos raios UV pode causar danos à saúde e ao meio ambiente.

Como e por que o Sol dá câncer de pele?

Os raios ultravioleta são gerados quando átomos do Sol liberam fótons de alta energia. Essa radiação UV se divide em três tipos principais: UVC, UVB e UVA. Quando os raios solares atingem a atmosfera da Terra, a camada de ozônio e outras partículas agem como um filtro natural. No entanto, o impacto dos raios UV na Terra não é uniforme.

Ilustração digital de melanoma, tipo de câncer de pele
Melanoma: um dos tipos do câncer de pele (Imagem: Christoph Burgstedt/iStock)

Regiões tropicais, localizadas próximas à linha do equador, recebem mais radiação solar devido à inclinação direta dos raios solares. Locais de alta altitude, como regiões montanhosas, também enfrentam maior exposição porque a atmosfera é mais rarefeita, reduzindo a proteção natural.

Os raios UVC, que são os mais energéticos e perigosos, são quase completamente bloqueados pela camada de ozônio, o que nos protege de seus efeitos devastadores.

Já os raios UVB são parcialmente absorvidos pela atmosfera, mas uma quantidade significativa ainda chega à superfície. Eles interagem com as moléculas de DNA nas camadas superficiais da pele, interferindo na replicação e transcrição do DNA.

Já os raios UVA, que penetram mais profundamente, geram espécies reativas de oxigênio (radicais livres), causando danos oxidativos que afetam a estrutura do DNA e as membranas celulares.

Esses danos são em sua grande maioria corrigidos pelos próprios mecanismos de controle do organismo, porém, a exposição repetida e prolongada ao Sol agrava esses efeitos, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças como o câncer de pele.

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Um estudo publicado no Anais Brasileiros de Dermatologia destacou que no Brasil, devido à sua localização geográfica privilegiada em zonas tropicais e subtropicais, a exposição à radiação UV é particularmente alta.

A pesquisa revelou que a negligência no uso de protetor solar e a exposição desprotegida ao Sol aumentam os casos de câncer de pele, especialmente em regiões como o Nordeste e o Centro-Oeste. Saiba mais sobre essa pesquisa aqui.

Como prevenir o câncer de pele?

Felizmente, existem formas eficazes de proteção contra os raios UV. Além da aplicação regular de protetor solar com fator de proteção adequado, usar roupas que cubram o corpo, chapéus de abas largas e óculos de sol com filtro UV são medidas essenciais.

Homem tomando sol com um símbolo de exclamação desenhado com protetor solar nas costas
Homem se bronzeando (Imagem: Kaspars Grinvalds/Shutterstock)

Também é importante evitar a exposição ao Sol nos horários de maior intensidade, entre 10h e 16h, quando a radiação UV atinge seu pico. Para prevenir o câncer de pele, deve-se dar atenção especial às áreas mais expostas, como rosto, mãos e pescoço.

Mesmo em dias nublados, a proteção não deve ser negligenciada, já que os raios UV conseguem atravessar as nuvens.

Câncer de pele pode matar?

Sim, o câncer ocorre quando, por algum motivo, as células perdem a capacidade de controlar sua reprodução. Ao se reproduzir descontroladamente, essas células podem se reproduzir em outras partes do organismo, causando tumores e até a morte.

Quantos tipos de câncer existem?

Existem mais de 100 tipos diferentes de câncer, classificados de acordo com o órgão ou tecido em que se originam. Apesar de serem causados por fatores variados, todos têm em comum o crescimento descontrolado de células anormais no organismo.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/03/ciencia-e-espaco/como-a-radiacao-solar-provoca-o-cancer-de-pele/