No último mês de agosto, aconteceu a primeira das quatro Superluas que acontecerão ainda este ano. Dessa vez, foi possível ver a rara combinação de uma Superlua com a Lua Azul, dois fenômenos interessantes da astronomia.
A última vez que um evento lunar como esse aconteceu em agosto de 2023, e a expectativa pelas próximas Superluas é apenas para 2037. A estatística aproximada é de que um quarto de todas as luas cheias sejam Superluas, enquanto apenas 3% das luas cheias são Luas Azuis.
Conheça abaixo um pouco mais do que são cada um dos fenômenos, tanto a Lua Azul quanto a Superlua Azul, como eles acontecem e como avistá-lo da próxima vez que ocorrer.
Lua Azul e Superlua Azul: como acontecem esses fenômenos?
O que é a Lua Azul
De forma simples, a Lua Azul acontece quando há duas luas cheias em um mesmo mês, acontecendo a, aproximadamente, cada dois ou três anos. Existem definições variadas para as luas azuis: as mensais e as sazonais.
A lua azul mensal é quando temos mais de uma lua cheia em um mês. Em média, temos uma lua cheia por mês, mas como muitos de nossos meses são um pouco mais longos do que um ciclo lunar, isso significa que se uma lua cheia acontecer bem no começo de um mês, podemos ter outra lua cheia no final do mês.
Já a lua azul sazonal é definida frequentemente como a terceira lua cheia de uma estação astronômica com quatro luas cheias. Uma estação do ano tem cerca de três meses de duração e, normalmente, nesse tempo teríamos três luas cheias nesse período. Se nesse tempo acontecerem quatro, a terceira delas é a lua azul.
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O que é a Superlua Azul
A “Superlua” acontece quando a lua atinge o ponto mais próximo da órbita da Terra, o perigeu, parecendo maior e mais brilhante no céu. As superluas costumam ser cerca de 30% mais brilhantes que as luas cheias comuns.
Esse conceito de Superlua foi introduzido em 1979 pelo astrólogo Richard Nolle, para se referir a uma lua nova ou cheia que ocorre quando ela está a 90% ou menos de sua aproximação máxima da Terra.
A junção da lua azul com a superlua é considerada uma raridade astronômica, e a que apareceu no mês de agosto não tem necessariamente a ver com a quantidade de vezes que o astro esteve cheio no mês, mas sim com o ciclo lunar que resultou em quatro, e não três luas cheias por estação. Ou seja, é uma lua azul sazonal, conforme explicamos acima.
Dessa forma, quando normalmente teríamos três luas cheias na estação e temos quatro no lugar, a terceira delas recebe o status de Lua azul.
Qual a melhor forma de ver a Superlua Azul?
A última aparição da Superlua Azul começou no dia 19 de agosto, com a lua cheia a partir as 15h26 (horário de Brasília), mas sendo visível no horizonte apenas no início da noite.
A superlua azul é visível a olho nu, e não requer um local específico para sua visualização. O melhor horário para vê-la é quando estiver anoitecendo, por volta de 17h50, e olhar para o céu na direção leste, lado oposto do Sol.
Independente de quando a Lua e Superlua azul aparecerem, a recomendação para aproveitar a experiência com mais intensidade é a mesma. A NASA instrui os espectadores a procurarem por locais com pouca poluição luminosa, como áreas rurais ou parques distantes das luzes urbanas.
Lua e superlua azul ficam, de fato, azul?
Apesar do nome, quem teve a oportunidade de ver a lua nos fenômenos descritos acima pode perceber que ela não fica de fato azul. Pelo contrário: o astro se torna grande e brilhante, de um tom amarelado e até mesmo alaranjado. Por que ela tem esse nome, então?
O nome da “Lua Azul”, na língua inglesa, tem como origem algumas raízes diferentes. A NASA, agência espacial americana, diz que o termo data de 1528, remetendo a outra expressão que em inglês significa “lua traidora”. Isso porque o fenômeno acontece quando a lua cheia aparece mais de uma vez no mês, ou mais de três vezes em uma estação, sendo uma “traição” para aqueles que usavam suas fases para calcular o calendário.
Outra possibilidade tem relação com a expressão em inglês “one in a blue moon“, que seria traduzido para “uma vez na vida” ou “de vez em quando”, se tratando de algo raro de acontecer.
E ainda há um palpite que se refere à erupção do Krakatoa, na Indonésia, em 1883. O vulcão teria liberado tanta poeira na época, que a Lua de fato parecia estar azul. Mas esse fato não é isolado: se partículas de fumaça foram muito pequenas, medindo cerca de um micrômetro, elas podem afetar a forma como a luz reflete na lua.
O efeito faz com que a luz vermelha, que tem um comprimento de onda mais longo, seja dispersada, deixando apenas que a luz azul passe e seja vista por quem está na Terrra.
A junção do evento a superlua com a lua azul, como a que ocorreu em agosto, é considerado uma raridade na astronomia.
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