Elon Musk e Sam Altman fundaram a OpenAI em 2015, impulsionados pelo receio de que gigantes tecnológicos como o Google monopolizassem o desenvolvimento de inteligência artificial (IA) avançada. No entanto, essa união, inicialmente promissora, acabou por se transformar em uma disputa que culminou em processos judiciais e uma rivalidade aberta entre os dois.
Recentemente, Musk divulgou e-mails que expõem divergências fundamentais com Altman e outros líderes da empresa. A ação judicial em curso acusa a OpenAI e a Microsoft de práticas anticompetitivas, mas os documentos revelam principalmente os bastidores da fundação e evolução da OpenAI, bem como a deterioração do relacionamento entre Musk e Altman.
OpenAI, Microsoft e disputas de controle
- Em 2016, a OpenAI negociava um acordo estratégico com a Microsoft para acesso a recursos computacionais essenciais.
- Apesar das condições vantajosas do contrato, Elon Musk rejeitava a ideia de parecer subordinado à gigante de tecnologia.
- “Seria muito mais valioso não parecermos uma ferramenta de marketing da Microsoft”, escreveu Musk em um dos e-mails.
- Esses desentendimentos refletiam tensões mais profundas sobre a direção da OpenAI.
- Em 2018, Musk propôs assumir o controle da organização, alegando que ela estava perdendo relevância em relação ao Google.
- No entanto, os líderes da criadora do ChatGPT rejeitaram a proposta, preocupados com o risco de Musk se tornar uma figura autoritária na empresa.
- Após a negativa, Musk deixou o conselho e cortou seu financiamento, que havia alcançado até US$ 100 milhões.
Divisão entre ideais e lucro
A OpenAI nasceu como uma organização sem fins lucrativos, comprometida com o desenvolvimento de IA para beneficiar a humanidade. Contudo, a necessidade de recursos financeiros e talentos de ponta levou à criação de uma estrutura de lucro limitado em 2019. Essa transição permitiu atrair investidores como Reid Hoffman e Vinod Khosla, mas também marcou um afastamento da missão original.
Musk criticou duramente a mudança, acusando Sam Altman de priorizar ambições pessoais e lucro em detrimento dos princípios fundadores da OpenAI. “Minha avaliação de probabilidade da OpenAI ser relevante sem mudanças dramáticas é de 0%. Não 1%”, afirmou Musk em e-mails.
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A competição no cenário de IA
A saída de Musk da OpenAI não encerrou sua participação no debate sobre inteligência artificial. Em 2023, ele fundou a xAI, uma empresa concorrente que reflete sua visão de uma IA mais segura e transparente. Enquanto isso, Altman consolidou sua posição como líder da empresa, agora um dos maiores players do setor.
A disputa jurídica atual entre Musk e a OpenAI tem implicações que vão além do tribunal. Ela destaca questões cruciais sobre governança, ética e competição em um setor onde o poder e a influência podem definir o futuro da tecnologia.
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