26 de novembro de 2024
Como funciona câmera da NASA que fotografou crateras escuras da
Compartilhe:

A exploração lunar sempre despertou curiosidade e mistério, especialmente em relação às áreas permanentemente sombreadas do nosso satélite natural. Durante décadas, essas regiões escuras representaram um grande desafio para a ciência, pois a ausência de luz solar direta dificultava a captura de imagens detalhadas.

Recentemente, um avanço significativo foi alcançado com a utilização da ShadowCam, uma câmera ultrassensível desenvolvida pela NASA e instalada na sonda sul-coreana Danuri. Esta tecnologia permitiu, pela primeira vez, fotografar com precisão o interior das crateras sombreadas da Lua, como a famosa Cratera Shackleton.

A colaboração internacional entre a NASA e o Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia (KARI) foi crucial para este marco. A ShadowCam, desenvolvida pela Malin Space Science Systems e pela Universidade Estadual do Arizona, é 200 vezes mais sensível à luz do que as câmeras anteriores, como a Lunar Reconnaissance Orbiter Camera (LROC). Este nível de sensibilidade permitiu capturar imagens em condições de luz extremamente baixa, revelando detalhes que antes estavam escondidos nas sombras eternas da Lua.

Como funciona a ShadowCam da NASA

A ShadowCam funciona de maneira semelhante a “óculos noturnos”. Diferente das câmeras convencionais, que dependem da luz solar direta para capturar imagens, a ShadowCam utiliza a luz solar refletida em características geológicas lunares ou na Terra. Essa tecnologia inovadora permite que essa câmera da NASA opere em áreas permanentemente sombreadas, onde a luz solar nunca atinge diretamente. A alta sensibilidade à luz da ShadowCam é alcançada por meio de exposições superlongas, que amplificam a pouca luz disponível, permitindo a captura de imagens detalhadas do terreno lunar.

Leia também:

  • NASA descobre formas estranhas acima da atmosfera da Terra
  • Ideias para transformar gelo da Lua em água potável valem dinheiro
  • Brasileiro de 7 anos descobre asteroide na órbita de Marte

Por que não conseguíamos ver dentro das crateras antes?

Imagem: muratart / Shutterstock.com

Até recentemente, as crateras permanentemente sombreadas da Lua permaneceram invisíveis para nós devido à falta de tecnologia adequada. As câmeras tradicionais, como a LROC, não tinham sensibilidade suficiente para captar luz em regiões que nunca recebem luz solar direta.

Mesmo com a reflexão da luz solar nas superfícies lunares, a quantidade de luz disponível era insuficiente para produzir imagens claras e detalhadas. A ShadowCam revolucionou essa limitação ao ser 200 vezes mais sensível, possibilitando a visualização dessas áreas obscuras pela primeira vez.

Importância da descoberta

A capacidade de fotografar o interior das crateras sombreadas da Lua tem implicações significativas para a ciência e a exploração espacial. Essas regiões são de grande interesse porque acredita-se que contenham depósitos de gelo e outros voláteis congelados.

Estudar essas áreas pode fornecer informações valiosas sobre a evolução da Lua e do sistema solar. Além disso, os depósitos de gelo são compostos de hidrogênio e oxigênio, elementos essenciais para a produção de combustível para foguetes e sistemas de suporte à vida, tornando-se um recurso vital para futuras missões lunares e a colonização do espaço.

O que há dentro das crateras?

As imagens capturadas pela câmera da NASA revelaram detalhes nunca antes vistos das crateras sombreadas, como o chão e as paredes interiores da Cratera Shackleton. Apesar das expectativas, as manchas brancas inicialmente observadas nas imagens não parecem ser gelo, mas sim rochas expostas ou crateras recentes.

Isso sugere que o gelo pode estar coberto por poeira lunar ou preso em minerais nas rochas. A descoberta dessas características geológicas detalhadas ajuda a entender melhor a composição e a história dessas regiões escuras.

Como funciona câmera da NASA
Cratera Shackleton (Imagem: NASA/KARI/ASU)

Próximos passos e novos usos da tecnologia

O sucesso da ShadowCam abre caminho para uma série de novas possibilidades na exploração lunar. Um dos próximos passos é a missão VIPER (Volatiles Investigating Polar Exploration Rover), que planeja explorar essas áreas sombreadas em busca de gelo e outros recursos.

Além disso, as futuras missões Artemis, que têm como objetivo retornar humanos à Lua e estabelecer uma presença permanente, se beneficiarão das informações detalhadas fornecidas pela ShadowCam. A combinação das imagens da ShadowCam com dados de outras câmeras lunares permitirá a criação de mapas mais completos e precisos da superfície lunar, facilitando a navegação e a exploração dessas regiões desafiadoras.

O post Como funciona câmera da NASA que fotografou crateras escuras da Lua pela primeira vez apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/08/09/ciencia-e-espaco/como-funciona-camera-da-nasa-que-fotografou-crateras-escuras-da-lua-pela-primeira-vez/