
Cientistas da Universidade de Galway, junto com astrônomos da Universidade de Leiden, na Holanda, e da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, encontraram um planeta em formação ao redor de uma estrela parecida com o Sol. Esse planeta, chamado WISPIT 2b, tem cerca de 5 milhões de anos e provavelmente é um gigante gasoso do tamanho de Júpiter.
Segundo os pesquisadores, a descoberta ajuda a entender como nascem novos sistemas planetários semelhantes ao nosso. O planeta foi detectado com o Very Large Telescope, localizado no deserto do Atacama, no Chile, considerado um dos observatórios mais modernos do mundo.
WISPIT 2b está localizado a cerca de 430 anos-luz da Terra
O novo planeta reside na constelação de Áquila, a aproximadamente 430 anos-luz da Terra e é invisível a olho nu. Segundo um dos autores do estudo, o Dr. Christian Ginski, professor da Escola de Ciências Naturais da Universidade de Galway, “usamos essas observações instantâneas realmente curtas de muitas estrelas jovens para determinar se podíamos ver um pequeno ponto de luz próximo a elas, causando um planeta”.
Neste caso, segundo o professor, descobrir um disco de poeira com vários anéis foi totalmente inesperado e “excepcionalmente belo”.

Quando vimos este disco com vários anéis pela primeira vez, sabíamos que tínhamos que tentar ver se conseguiríamos detectar um planeta dentro dele, então rapidamente solicitamos observações de acompanhamento.
Dr. Christian Ginski, professor da Escola de Ciências Naturais da Universidade de Galway, em nota enviada à imprensa.
Essa foi apenas a segunda vez que um planeta foi detectado em um estágio evolutivo inicial e ao redor de uma estrela jovem. A outra descoberta foi feita em 2018, por uma equipe que o Dr. Ginski também fazia parte.
Leia mais:
- Júpiter: astrônomos rastreiam formação do planeta com gotas de rocha derretida
- Por que Plutão deixou de ser planeta? Decisão polêmica completa 19 anos
- Existe vida extraterrestre lá fora, mas talvez nunca a encontremos, afirma pesquisadora
O WISPIT 2b, de acordo com a nota, também é “a primeira detecção inequívoca de planeta em um disco multianéis”, o que o torna um laboratório de estudos ideal para entender a interação planeta-disco e sua evolução.

Como ele foi detectado?
- O planeta foi visto em luz infravermelha próxima, como em óculos de visão noturna, porque ainda está quente e brilhante após sua formação.
- Pesquisadores das universidades de Leiden e Galway registraram uma imagem nítida do jovem planeta em uma lacuna do disco ao redor da estrela.
- Eles confirmaram que o planeta realmente orbita sua estrela hospedeira.
- Cientistas da Universidade do Arizona também o detectaram em luz visível, mostrando que ele ainda está acumulando gás e formando sua atmosfera.
- O planeta WISPIT 2b foi descoberto dentro de um projeto de pesquisa de cinco anos, que investigava se planetas gigantes gasosos de órbita ampla são mais comuns em estrelas jovens ou velhas.
A equipe do Dr. Ginski explicou que “discos ricos em poeira e gás ao redor de estejas jovens são os berços de nascimento dos planetas. Por isso, existem diversas estruturas diferentes, como anéis e braços espirais que, segundo os pesquisadores, estão relacionados à formação de planetas no seu interior. O disco ao redor do WISPIT 2b tem um raio equivalente a 380 vezes a distância entre a terra e o Sol.
Capturar uma imagem desses planetas em formação provou ser extremamente desafiador e nos dá uma chance real de entender por que os milhares de sistemas de exoplanetas mais antigos parecem tão diversos e tão diferentes do nosso próprio sistema solar.
Dr. Christian Ginski, professor da Escola de Ciências Naturais da Universidade de Galway, em nota.
O post Como o Sistema Solar surgiu? Novo planeta pode responder apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/26/ciencia-e-espaco/como-o-sistema-solar-surgiu-novo-planeta-pode-responder/