
Normalmente, vemos a Amazônia como um local quente, úmido e cheio de verde (ainda), mas ela começa no alto dos Andes, em sua parte mais gelada.
Nessa região, o derretimento de neve e as geleiras se encontram com chuvas e fluem para a bacia amazônica, deixando seus rios e afluentes ainda mais cheios.
Segundo o IFLScience, a saída da Amazônia para o Oceano Atlântico equivale a 219 mil m³ de água por segundo, capaz de encher cerca de 7,6 milhões de piscinas olímpicas em um dia. Esse é o sistema fluvial mais volumoso da Terra. Contudo, ele é acompanhado por “rios voadores” invisíveis no céu.
Entendendo os rios voadores da Amazônia
- Na Amazônia, há cerca de 400 bilhões de árvores. Elas evoluíram para usufruir as diferentes estações secas e úmidas da região;
- Uma só árvore consegue bombear 984 litros de água diariamente, enquanto suas raízes profundas beneficiam o ambiente;
- A água, então, viaja pelo tronco da árvore até suas folhas. À medida que a árvore transparece, ela evapora;
- O vapor, então, se condensa para formar um fluxo concentrado de umidade quente que é soprado de volta pela bacia amazônica como os chamados rios voadores.
Ao chegar às montanhas dos Andes, seria como saltar de uma parede, descreve o IFLScience, e os córregos de água aérea são redirecionados e espalhados para outras partes da América do Sul.
Dessa forma, uma grande quantidade de ar úmido é enviado para regiões, como Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Ao encontrarem ar mais frio, esses rios voadores ficam mais densos e, eventualmente, liberam sua água como chuvas fortes.
Há uma estimativa que diz que os rios voadores levam, diariamente, cerca de 20 bilhões de toneladas de água em toda a Amazônia. Segundo o TED-ED, isso é mais do que toda a produção diária da Amazônia para o Oceano Atlântico.
Sendo assim, é possível dizer que os rios voadores são cruciais para a vida na Terra. Contudo, todo esse sistema está ameaçado.

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Ameaça
Já é sabido que, há eras, a região amazônica sofre com desmatamento. Com menos árvores, há menos transpiração e evaporação, o que causa a seca dos rios voadores para que vastas áreas em toda a América do Sul tenham um ambiente mais seco, tornando mais áreas vulneráveis a incêndios florestais, secas e temperaturas (ainda mais) quentes.
Os rios voadores só existem com a floresta tropical e, sem os rios voadores, a floresta não prospera. Se a Amazônia secasse liberaria muito dióxido de carbono armazenado na atmosfera, piorando as mudanças climáticas e resultando na perda de biodiversidade, economia e vida humana.
O IFLScience aponta que, todavia, a solução está nas mãos dos povos indígenas, como a Nação Wampís, do Peru, vivem de forma sustentável há eras. Atualmente, uma comunidade de 15 mil pessoas trabalha como parte do Governo Territorial Autônomo, com vistas a proteger mais de 1,3 milhão de hectares de terra.
A abordagem desse povo prioriza a conservação de animais, plantas e processos naturais, tais como os rios voadores, como forma de proteger a natureza.
Podemos ver que as coisas estão funcionando graças aos 34 milhões de litros de água diários que transpiram nos rios voadores sobre Peru, Equador e Colômbia, mantendo-os com muitas chuvas, além de sustentar a filosofia-chave da Nação Wampís, chamada Tarimat Pujut, que significa viver em harmonia com a natureza.

O post Conheça (e entenda) o que são os “rios voadores” da Amazônia apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/16/ciencia-e-espaco/conheca-e-entenda-o-que-sao-os-rios-voadores-da-amazonia/