
Atualmente, mais de 100 populações isoladas continuam a viver sem o desejo de contato e mantendo suas tradições. Elas podem ser encontradas desde os lugares mais remotos da Floresta Amazônica até pequenas ilhas do Oceano Índico. Conheça três desses povos, onde vivem e como estão hoje em dia.
No entanto, é preciso fazer uma ressalva sobre essas populações. Segundo a organização Survival International, “isoladas” não significa que não houve tentativa de contato com outros seres humanos, mas sim que esses povos preferem evitar relações com pessoas de fora. Eles não são selvagens, muito menos primitivos, mas sim, são fundamentais para a diversidade humana.
Nômades no interior da Amazônia
Os Kawahiva habitam a Amazônia Brasileira, onde vivem da caça e da coleta dos recursos naturais. Sabe-se que sua dieta inclui animais como queixadas, macacos e pássaros, além de nozes e frutas que encontram na floresta.
As poucas informações sobre eles foram deduzidas pelas marcas que o povo deixou para trás. Segundo observações, eles são atualmente nômades, mas nem sempre foi assim. Clareiras abertas sugerem que o povo pode ter habitado em assentamentos fixos no passado.
O crescimento da extração de madeira e outras atividades destrutivas em sua terra, nos arredores do Rio Pardo, têm resultado em violência contra a população. Apesar das tentativas governamentais de proteção, os remanescentes dos Kawahiva ainda são forçados a sair de seu território para evitar invasores.
O maior povo isolado do planeta
Os Mashco Piro são um grupo encontrado em regiões profundas da Floresta Amazônica do sul do Peru. Estimativas revelam que a população seja de mais de 750 pessoas, o que faz deles o maior povo isolado do planeta.
A história desses moradores da floresta é marcada pelos resultados devastadores de tentativas de contato. No final do século XIX, os barões coloniais que exploravam a borracha invadiram o território, roubaram as terras e escravizaram os Mascho Piro, além de confrontar e assassinar os grupos resistentes da população.
Parcela deles sobreviveu ao processo de conflito e o povo não foi destruído. Porém, estão sob crescente ameaça por causa da exploração madeireira e do desmatamento.

Grupo vive numa ilha sem contato com o mundo
A população Sentinelense consiste em cerca de 100 pessoas que residem em Sentinela do Norte, uma pequena ilha no Oceano Indico. Eles são populares, pois, enquanto outros povos isolados podem encontrar vizinhos eventualmente, eles não conseguem ter contato com pessoas de fora do local, dada a natureza isolada da ilhota onde vivem.
“Os Sentinelenses caçam e coletam na floresta tropical, e pescam nas águas costeiras. Ao contrário do povo vizinho Jarawa, eles fazem barcos – canoas de estabilizador muito estreitas”, diz a instituição.

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Indivíduos de fora já tentaram contatar a população, mas eles demonstraram não querer relações e mataram os invasores. Atualmente, é ilegal se aproximar da ilha, principalmente pelo risco de transmissão de doenças por pessoas externas para o povo.
“Os Sentinelenses deixaram claro que não querem contato. É uma escolha sábia. Povos indígenas vizinhos foram dizimados por doenças e violência depois que os britânicos colonizaram suas ilhas”, explica e conclui a Survival International.
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