Os cupins da espécie Neocapritermes taracua são conhecidos por sua capacidade de se explodirem quando ameaçados. Isso é possível graças a uma reserva de um líquido tóxico localizada na parte traseira do animal. Mas a ciência nunca soube ao certo como esta “arma secreta” funciona.
Reação dos cupins quando existe alguma ameaça
- Estes insetos possuem um par especializado de glândulas em seus abdômens que secretam uma enzima chamada lacase azul BP76.
- À medida que envelhecem, os cupins armazenam cada vez mais dessa substância em uma espécie de bolsa localizada nas costas do animal.
- A arma é acionada quando existe alguma ameaça.
- Neste momento, os cupins rompem o próprio corpo, fazendo com que a enzima entre em contato com secreções produzidas em suas glândulas salivares.
- Essa combinação forma um líquido pegajoso, rico em substâncias altamente venenosas que podem imobilizar ou matar os predadores.
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Descobertas revelam como o sistema funciona
Em um novo estudo, publicado na revista Structure, cientistas da Czech Academy of Sciences, da República Tcheca, analisaram como a BP76 poderia permanecer em estado sólido enquanto armazenada nas costas dos cupins. A principal dúvida era como a substância poderia ser guardada sem riscos para o animal e, ao mesmo tempo, causar uma reação instantânea quando liberada.
A equipe descobriu que a estrutura tridimensional da enzima possibilita que a BP76 tenha “uma variedade de estratégias de estabilização”. Com isso, a enzima pode se dobrar, o que a ajuda em sua resistência.
A proteção também ganha uma nova camada por meio de moléculas de açúcar que são anexadas à proteína. O resultado é uma espécie de escudo protetor para os animais.
Os pesquisadores ainda concluíram que uma ligação química entre dois aminoácidos (lisina e cisteína) permite que a substância mantenha a forma e permaneça totalmente funcional, pronta para ser ativada. É isso que garante a forma sólida da enzima durante o período de armazenamento.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/09/09/ciencia-e-espaco/cupins-podem-se-explodir-e-a-ciencia-finalmente-entendeu-como/