18 de julho de 2025
Degradação da Amazônia aumenta o risco de novas pandemias; entenda
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A Amazônia é considerada vital para a regulação do clima no nosso planeta. A floresta atua absorvendo grandes quantidades de carbono, ajudando a combater as mudanças climáticas. Ela também é essencial para a manutenção dos ciclos hidrológicos, influenciando os padrões de chuva.

Por outro lado, esse ecossistema abriga uma imensa variedade de espécies de plantas e animais. Além disso, é lar de milhares de vírus, bactérias e outros agentes microscópicos que podem causar problemas de saúde em seres humanos. Um problema agravado pela degradação do maior bioma brasileiro.

Desmatamento pode fazer com que doenças antes restritas ao bioma se espalhem (Imagem: PARALAXIS/Shutterstock)

Doenças podem “fugir” da floresta

  • Segundo informações da BBC, cientistas já têm alertado sobre os impactos da degradação da Amazônia para a saúde humana.
  • Fatores como o desmatamento, o garimpo ilegal e outras atividades aumentam o risco de contato com os patógenos.
  • Um cenário que, eventualmente, pode se tornar o gatilho para futuras epidemias ou até pandemias.
  • Já existem casos reais de doenças que “fugiram” da floresta.
  • A febre Oropouche, causada por um vírus antes restritos ao bioma, já foi identificada em Roraima, Acre, Amazonas, Rondônia, Bahia, Espírito Santo e até Santa Catarina.
  • Além disso, a doença já foi diagnostica em outros países das Américas e da Europa.

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Desmatamento pode criar sério problema de saúde pública

Segundo o biólogo Joel Henrique Ellwanger, do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a ameaça só passa a existir quando acontece uma interferência humana na natureza. Ele explica que nem todo o vírus que consegue sair da floresta vai causar uma epidemia. Isso vai depender do patógeno, de ele conseguir chegar até a população humana e encontrar as condições favoráveis para se disseminar.

Quando ocorre o desmatamento em alguma região, toda a fauna que habita aquele lugar vai se mover. Muitas vezes, o animal que servia de reservatório natural para aquele patógeno foge. E os vetores, que transmitem doenças como malária e leishmaniose, vão se alimentar de sangue disponível, como o de seres humanos.

Joel Henrique Ellwanger, biólogo da UFRGS

Milhares de vírus, bactérias e outros agentes microscópicos vivem na Amazônia (Imagem: ImageFlow/Shutterstock)

O problema é real, mas ganha uma proporção ainda maior pelo fato de estarmos falando da Amazônia, um dos locais mais diversos do planeta. O especialista ressalta que conhecemos apenas uma gota de um imenso oceano microbiano que interage nesse ecossistema. E isso aumenta os riscos associados ao desmatamento.

Vários estudos recentes mostram que a gente não conhece quase nada em termos da diversidade de patógenos da Amazônia. São tantos os vetores e patógenos que a degradação da Amazônia se torna a tempestade perfeita para a disseminação de doenças infecciosas.

Joel Henrique Ellwanger, biólogo da UFRGS

Floresta pode originar nova pandemia (Imagem: Manoej Paateel/Shutterstock)

Além da febre oropouche, outro vírus endêmico da Amazônia transmitido pela picada de mosquitos é motivo de preocupação: o mayaro. Doenças mais conhecidas, como leishmaniose, malária ou febre amarela, também devem ser consideradas. A verdade é que ninguém tem certeza absoluta sobre a possibilidade de uma nova pandemia originária do bioma. De qualquer forma, a melhor forma de evitar que isso aconteça é investir em preservação ambiental e em novas pesquisas para entender mais sobre os patógenos ali presentes.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/18/ciencia-e-espaco/degradacao-da-amazonia-aumenta-o-risco-de-novas-pandemias-entenda/