![Derrubada da estação espacial no oceano pode prejudicar o meio](https://gazetadoleste.com/wp-content/uploads/2024/12/Derrubada-da-estacao-espacial-no-oceano-pode-prejudicar-o-meio.webp-1024x585.webp)
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a NASA pretende “derrubar” (ou seja, tirar de órbita) a Estação Espacial Internacional (ISS) entre o fim deste século e o início do próximo – operação que tem levantado preocupações quanto aos impactos no meio ambiente.
Segundo especialistas consultados pelo site Space.com, a principal questão é garantir que a reentrada da estação seja controlada para evitar danos à atmosfera e aos oceanos.
Em 2023, o Painel Consultivo de Segurança Aeroespacial (ASAP) da NASA reiterou a importância de um plano para a desorbitação controlada da ISS. O comitê recomendou que a agência desenvolvesse essa capacidade o mais rápido possível, reforçando o risco de algum problema grave repentino na estação vir a exigir um descarte imediato.
A NASA escolheu a SpaceX para desenvolver o Veículo Deorbital dos EUA (USDV), sob um contrato de US$843 milhões (o equivalente a mais de R$5 bilhões). A empresa de Elon Musk será responsável por projetar e executar a reentrada controlada da ISS, direcionando a estrutura para uma área remota do oceano. Essa medida, prevista para 2031, visa minimizar os riscos para a população e o meio ambiente.
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Impactos da queda da estação espacial no mar podem ser mínimos
Leonard Schulz, pesquisador do Instituto de Geofísica da Universidade de Braunschweig, na Alemanha, alerta para os desafios de lidar com a grande massa da ISS, que chega a 450 toneladas. Esse peso coloca a estação em uma posição de risco durante a reentrada. “Provavelmente, no futuro, veremos o que essa reentrada pode trazer para a atmosfera em termos de substâncias liberadas”.
Já Luciano Anselmo, físico do Instituto de Ciências de Pisa, na Itália, minimiza as preocupações sobre os impactos da derrubada da estrutura no mar. “A reentrada de objetos espaciais é um contribuinte muito pequeno para a poluição dos oceanos, se comparada aos navios afundados ou outros resíduos”, garante.
No entanto, ele ressalta que as consequências para a atmosfera superior são mais preocupantes, já que as reentradas espaciais podem liberar substâncias que afetam a camada de ozônio e o clima. “Embora o impacto nos oceanos seja pequeno, a questão da atmosfera precisa ser mais estudada, considerando o aumento dos lançamentos espaciais”.
David Santillo, cientista do Greenpeace, mencionou o histórico do grupo em monitorar o despejo de detritos espaciais. A reentrada controlada da estação Mir, da Rússia, em 2001, por exemplo, foi uma das ações acompanhadas. Santillo sugere que a Convenção de Londres, que visa proteger os oceanos da poluição, pode ser uma boa base para regular a desorbitação da ISS.
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Para Darren McKnight, pesquisador da LeoLabs, a pior opção seria uma reentrada descontrolada. A falta de domínio sobre a queda da estação poderia gerar colisões com outros satélites e aumentar o risco de destroços espaciais. Ele sugere alternativas como a desmontagem da estrutura ou o envio para uma órbita mais alta – embora ambas as soluções sejam caras e complexas.
Segurança ambiental deve ser prioridade
Com a crescente preocupação ambiental, a discussão sobre a desorbitação da ISS ganha cada vez mais atenção, com profissionais de diferentes áreas se envolvendo para garantir que o processo seja realizado de maneira segura e eficiente. O futuro das estações espaciais e da exploração espacial também dependerá das soluções encontradas para esse desafio.
A segurança ambiental, tanto da Terra quanto do espaço, será um dos fatores determinantes para as próximas decisões, além da colaboração entre agências espaciais, pesquisadores e organizações ambientais para lidar com esse desafio.
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