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O Brasil aposta nos biocombustíveis como forma de limitar o uso de combustíveis fósseis e combater as mudanças climáticas. No entanto, esta produção não é simples e esbarra em alguns obstáculos importantes.
Problemas que podem ser superados a partir da descoberta de uma nova enzima. Segundo pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Materiais e Energias (CNPEM), em parceria com cientistas da Universidade de São Paulo (USP), ela é capaz de aumentar a produtividade.
Importância da descoberta brasileira
- A equipe explica que, para transformar biomassa em combustíveis e produtos químicos, é necessário que aconteça a desconstrução da celulose, a fibra que compõe a parede celular das plantas.
- Ela tem uma estrutura muito resistente à degradação, então sua quebra biológica é lenta e difícil.
- No entanto, a nova enzima pode acelerar este processo, aumentando a capacidade de produção de etanol a partir do bagaço da cana-de-açúcar e de outros resíduos agroindustriais, como a palha do milho.
- Segundo os pesquisadores, a descoberta ocorreu na “matéria escura do DNA”, que são os genes de microrganismos que nunca foram cultivados em laboratórios.
- As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Nature.
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Enzima pode tornar processos duas vezes mais rápidos
A enzima foi apelidada de CelOCE, uma sigla para a expressão em inglês Cellulose Oxidative Cleaving Enzyme (em português, “enzima de clivagem oxidativa da celulose”). Uma clivagem oxidativa é a reação química que quebra uma ligação entre carbonos, substituindo-a por uma ligação com oxigênio.
Essa nova enzima dá o pontapé do processo de quebra da celulose, perturbando a estabilidade da estrutura cristalina da parede celular e abrindo a porta para que as enzimas tradicionais façam a maior parte do trabalho de desconstrução da fibra. Ela pode tornar estes processos até duas vezes mais eficientes.
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A CelOCE é classifica como uma metaloenzima, porque tem em sua composição um metal: o cobre. Gerada a partir da ação da bactéria Candidatus Telluricellulosumbraziliensis, ela também pode ser usada na produção de papéis, tecidos e outros materiais feitos com biomassa.
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