23 de novembro de 2024
DNA de morsa revela segredo sobre os vikings
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As aventuras dos vikings vão além dos filmes e séries. Diversos estudos já confirmaram que este povo nórdico tinha grandes capacidades de navegação e que estabeleceu rotas comerciais em locais muito distantes, chegando inclusive à América do Norte (muito antes de Colombo e outros navegadores).

Caça no Alto Ártico

  • Agora, uma análise realizada em antigos artefatos de marfim de morsa revelou detalhes importantes sobre uma das viagens vikings mais impressionantes.
  • Ao rastrear o DNA mantido dentro de mais de 30 objetos coletados ao redor do Atlântico Viking, pesquisadores foram capazes de rastrear suas fontes até populações específicas de morsas no Ártico e, assim, reconstruir precisamente como o marfim voltou para a Europa.
  • Segundo o estudo, grande parte do marfim de morsa levado pelos vikings de volta para casa era originário de áreas de caça muito remotas localizadas nas profundezas do Alto Ártico.
  • Anteriormente, sempre se presumiu que os nórdicos simplesmente caçavam morsas perto de seus principais assentamentos no sudoeste da Groenlândia.
  • Em vez disso, o comércio no alto do círculo polar ártico representou o encontro entre o Velho e o Novo Mundo.
  • As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Science Advances.
Vikings teriam transportado o marfim de morsas de volta para a Europa (Imagem: Mikkel Høegh-Post/Museu de História Natural da Dinamarca)

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Contato com povos diferentes

Segundo os pesquisadores, os nórdicos da Groenlândia tinham características faciais europeias, provavelmente eram barbudos, vestiam roupas de lã e navegavam em navios construídos com tábuas. Eles caçavam as morsas usando lanças com pontas de ferro.

Em contraste, os Tuniit e Thule Inuit, que os vikings provavelmente encontraram em suas viagens, teriam características faciais mais asiáticas, com roupas de pele específicas para o ambiente hostil e frio em que viviam. Eles teriam caçado morsas em águas abertas, lançando sofisticados arpões de seus caiaques.

O estudo afirma que este encontro provavelmente gerou um grau de curiosidade, fascínio e excitação, incentivando a interação social, o compartilhamento e possivelmente a troca de mercadorias.

Pesquisadores reproduziram viagem viking (Imagem: Greer Jarrett/Universidade de Lund)

Para comprovar esta teoria, a equipe viajou para o norte em barcos noruegueses para descobrir como os vikings poderiam ter feito estas viagens. Os caçadores de morsas provavelmente partiram dos assentamentos nórdicos assim que o gelo marinho recuou, disseram os pesquisadores. Já a decisão de caçar tão longe teria sido motivada pela crescente demanda por marfim na Europa.

A conclusão do estudo é que os nórdicos poderiam, de fato, chegar tão longe. No entanto, ainda é muito difícil entender como se deu a interação deste povo com outras culturas distintas. Para isso, novos estudos ainda são necessários.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/10/02/ciencia-e-espaco/dna-de-morsa-revela-segredo-sobre-os-vikings/