O complexo mundo onde vivemos está cheio de perigos e, a qualquer momento, um evento fatal pode acontecer. Uma pessoa pode ser atingida por um raio, contrair uma doença, se envolver em uma batida de carro, as opções são várias. Mas e quanto à possibilidade de um asteroide atingir a Terra? Será esse risco realmente menor do que os outros?
Pesquisadores estimaram as respostas para essas perguntas em um novo estudo, disponível no servidor de pré-impressão arXiv. A equipe comparou o risco de queda de uma asteroide com a chance de uma pessoa contrair raiva, ser atingida por um raio, ser atacada por coiotes e, até mesmo, morta por elefantes.
Embora improvável, a chance de um asteroide colidir com a Terra não é zero, diz pesquisadora
Para a pesquisa, os cientistas decidiram calcular as porcentagens apenas para asteroides acima de 140 metros, capazes de causar uma devastação regional ao atingirem o solo. Surpreendentemente, os cálculos revelaram que a chance de uma rocha desse tamanho colidir com a Terra é maior do que a de uma pessoa ser atingida por um raio.
Porém, como isso é possível se há vários registros de vítimas de raios, mas são poucos os de asteroides gigantes caindo em nosso planeta? Segundo os autores, isso ocorre porque uma rocha espacial desse tamanho só atinge a Terra a cada milhares de anos, o que faz da chance de um humano ver esse evento em seu tempo de vida pequena, mas não impossível.
“Embora seja bastante improvável que ocorra um impacto de asteroide em qualquer ano, a probabilidade não é zero e pode ser maior do que algumas pessoas esperam” explicou Carrie Nugent, líder da pesquisa e professora na Escola de Engenharia Franklin W. Olin, em entrevista ao site IFLScience.
Leia mais:
- O que é um raio e como ocorre esse fenômeno?
- Asteroide 2024 YR4: Terra escapa da mira em 2032, mas ameaça pode voltar
- 5 perguntas que a ciência ainda não respondeu
Há mais chances de ser morto por um asteroide do que por um elefante
A equipe listou e estimou os riscos de um grupo de eventos improváveis, mas não impossíveis:
- O grupo usou dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, do governo dos Estados Unidos, que revelam uma média de 277 pessoas atingidas por raios de 2006 a 2021, sendo 28 mortes por ano.
- Para os elefantes, dados sobre a morte por esses animais no Nepal demonstram que menos de 30 pessoas foram atacadas, com 18 mortes em 2016.
- Cerca de 108 pessoas sofrem acidentes de paraquedismo por ano na Holanda, sendo uma morte por ano, revelou um estudo anterior.
Segundo os cálculos, todos esses casos são mais raros de acontecer do que a queda de um asteroide durante o período de vida de um ser humano. Desabamento de buracos de areia e ataques de coiote também são menos prováveis de ocorrer.
Do outro lado, a equipe elencou eventos menos raros que a colisão de uma rocha cósmica na Terra. Acidentes de carro, contrair raiva e influenza, e até mesmo ter uma intoxicação por dióxido de carbono são mais prováveis de acontecer.
Efeitos de uma colisão ainda são incertos
Os pesquisadores também estimaram a mortalidade de cada um desses eventos. Os casos que ocorrem na Terra já estão bem documentados, mas há uma grande incerteza sobre os efeitos de uma queda de asteroide. Propriedades como tamanho, composição, velocidade e local de impacto são cruciais para essa previsão.
Os resultados da pesquisa servem como um alerta para o risco, ainda que baixo, da colisão de uma rocha espacial. O grupo destacou a importância de medidas preventivas e estratégias de preparação para lidar com esse tipo de ameaça.
“Assim como o envenenamento por monóxido de carbono é evitável, um impacto de asteroide também o é – se tivermos tempo suficiente para nos prepararmos”, concluiu Nunget.
O post É mais fácil cair um asteroide que você levar um raio, diz estudo apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/10/ciencia-e-espaco/e-mais-facil-cair-um-asteroide-que-voce-levar-um-raio-diz-estudo/
