O economista Daron Acemoglu não tem nada contra inteligência artificial (IA). O que preocupa o renomado professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) é o hype em torno da tecnologia, que alimenta boom de investimentos e alta de ações de empresas do setor. “Muito dinheiro será desperdiçado”, disse, em entrevista à Bloomberg (também disponível, em inglês, no YouTube).
Acemoglu – coautor do best-seller Por Que As Nações Fracassam: As Origens do Poder, da Prosperidade e da Pobreza – aponta riscos econômicos e financeiros cada vez maiores puxados pela corrida da IA. Para ele, há poucas chances da tecnologia corresponder a esse entusiasmo todo.
IA poderá substituir (ou ser útil em) 5% dos empregos na próxima década
Segundo os cálculos de Acemoglu, a IA poderá substituir ou auxiliar de maneira significativa apenas 5% de todos os empregos na próxima década. E o economista acrescenta: “Não haverá uma revolução econômica com esses 5%.” Daí o desperdício de dinheiro.
O especialista prevê três rumos para o atual trem da IA:
- Mais benigno: hype esfria lentamente, enquanto investimentos em usos “modestos” da tecnologia se consolidam;
- Primavera e inverno da IA: frenesi aumenta ao longo de mais um ano (ou mais), então ações de tecnologia caem – desiludindo investidores, executivos e estudantes;
- Mais assustador: febre da IA continua por anos, empresas cortam dezenas de empregos e investem bilhões na tecnologia “sem entender o que vão fazer com ela”, para depois recontratar humanos.
Para Acemoglu, o rumo mais provável a se tornar realidade é uma combinação dos cenários dois e três listados acima.
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Sobre o economista e professor do MIT
Caso você não conheça Daron Acemoglu, aqui vão alguns pontos importantes sobre o economista, conforme listado pela Bloomberg:
- Se tornou uma das vozes mais proeminentes a alertar sobre o frenesi em torno da IA em Wall Street e diretorias executivas dos EUA;
- IA e advento de tecnologias são destaque em seu trabalho de pesquisa econômica há anos;
- Escreveu Por Que As Nações Fracassam junto a James A. Robinson – livro que lhe rendeu fama fora de círculos acadêmicos;
- É professor do MIT, título mais alto do corpo docente no Instituto.
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