24 de novembro de 2024
Esse aparelho queria substituir os smartphones, mas falhou (por enquanto)
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Imagine desenvolver um produto por 5 anos. Arrecadar US$ 240 milhões de dólares em investimentos. Conseguir o apoio de alguns gigantes do setor, como Sam Altman (OpenAI) e Marc Benioff (Salesforce). Gastar uma fortuna com marketing e divulgação. E, mesmo com tudo isso, seu produto dá errado.

É o popular “deu ruim” para a Humane, uma startup que ambicionava lançar um dispositivo que substituiria o smartphone.

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O AI Pin é um broche inteligente, um wearable até então inédito no mercado. Com ele, os usuários poderiam fazer ligações telefônicas, conversar com um assistente de voz, interagir com uma câmera e até mesmo projetar uma tela. Tudo isso por meio de um pequeno broche que você posicionaria na altura do peito.

Parecia perfeito no papel, mas aí vieram as primeiras experiências na vida real. Antes do lançamento, o broche passou por alguns testes com funcionários e familiares, que já apontavam para as falhas.

Mesmo assim, os executivos optaram por não adiar a estreia. As críticas na imprensa americana foram implacáveis: apontaram “falhas gritantes” e disseram que ele “simplesmente não funciona”. O youtuber Marques Brownlee foi além e chamou o AI Pin de “o pior produto que já avaliei”.

O Olhar Digital mostrou, em junho, que o dispositivo mostrava sinais de que não daria certo. Hoje, porém, isso foi confirmado. E os números não mentem.

A expectativa era que o broche substituísse os smartphones, mas a realidade é bastante diferente… – Imagem: Divulgação/Humane

Mais devoluções do que vendas

  • O The Verge teve acesso a alguns dados internos da Humane que mostram que as vendas fracassaram.
  • De acordo com o site gringo, entre maio e agosto, mais AI Pins foram devolvidos do que comprados.
  • Cerca de 1.000 compras foram canceladas antes mesmo do envio, e mais de US$ 1 milhão em produtos foram perdidos.
  • E perder é o verbo correto: segundo o The Verge, a empresa não consegue reconfigurar o AI Pin para um novo dono.
  • Ou seja, o dispositivo acaba virando lixo eletrônico.
  • Vale destacar que a própria Humane não confirma esses números.
  • O The Verge, no entanto, garante que conversou com pessoas de dentro da empresa e com conhecimento no assunto.
  • A expectativa da companhia era vender 100 mil broches no primeiro ano de lançamento.
  • Quase 4 meses depois e eles não conseguiram alcançar nem 20% dessa meta.
  • Isso sem contar as devoluções e toda a campanha negativa que se criou com as críticas pesadas – da imprensa e de usuários.
humane ai pin
Segundo a imprensa americana, esses broches são mais pesados do que parecem – Imagem: Divulgação/Humane

Os donos não desistem

Apesar dos resultados frustrantes, os cofundadores da Humane, o casal Imran Chaudhri e Bethany Bongiorno, ainda não desistiram do projeto.

Bongiorno chegou a postar o seguinte no X (o antigo Twitter): “Este é o ponto de partida. Nenhuma geração 1 é perfeita e nunca é a visão completa.”

Isso foi em abril. Estamos agora em agosto e as coisas não melhoraram em nada. De acordo com o jornal The New York Times, a empresa já teria iniciado conversas sobre uma aquisição pela gigante das impressoras HP.

A Bloomberg confirmou a possibilidade de uma venda. E o The Information relatou agora que a Humane está negociando com seus atuais investidores para levantar dívida, que mais tarde poderia ser convertida em capital.

O Olhar Digital já havia apontado em fevereiro que a iniciativa poderia naufragar. À época, levantei alguns indícios de como o público poderia rejeitar o dispositivo. A começar pelo preço alto: US$ 699, mais uma assinatura mensal de US$ 24. Como disse, é o preço de um iPhone, e a mensalidade é mais cara do que qualquer serviço de streaming.

Além disso, o AI Pin parecia pesado demais para ficar pendurado na sua camiseta e trazia funções que outras tecnologias já nos entregam hoje. As falhas no lançamento apenas pioraram o quadro.

Aguardemos os próximos capítulos. Tudo caminha para um desfecho nada legal para a Humane.

As informações são do The Verge.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/08/09/reviews/esse-aparelho-queria-substituir-os-smartphones-mas-falhou-por-enquanto/