16 de julho de 2025
O que é a IA multimodal e para que ela
Compartilhe:

O acesso à informação nunca foi tão amplo como na atualidade, ainda mais com a chegada da inteligência artificial. Hoje, podemos pesquisar sobre qualquer assunto em poucos segundos e somos inundados como centenas de respostas para o questionamento feito.

Na década de 1940, no entanto, o mundo era completamente diferente. Foi nesta época que o engenheiro Vannevar Bush criou o chamado “memex”, um dispositivo capaz de armazenar vários dados em um só lugar.

Máquinas já podem até pensar por nós (Imagem: Sansert Sangsakawrat/iStock)

Invenção de Bush revolucionou o acesso à informação

  • Em artigo publicado no The Conversation, o professor Nartin Rudorfer, da Universidade de Aston, na Inglaterra, explica que o “memex” armazenava um grande número de documentos em um formato muito compactado que podia ser projetado em telas translúcidas.
  • A invenção ainda incluia uma forma de indexação associativa para amarrar dois itens.
  • Dessa forma, o usuário seria capaz de usar um teclado para clicar em um número de código ao lado de um documento, sem precisar procurar nada em um índice.
  • O dispositivo inspirou a invenção, na década de 1960, de sistemas de hipertexto, nos quais os documentos continham hiperlinks que podiam acessar diretamente outras páginas e informações.
  • Estes se tornaram a base da rede mundial de computadores como a conhecemos.

Leia mais

  • Avanço da IA depende da nossa capacidade de enfrentar a crise da verdade
  • 5 doenças que a inteligência artificial já auxilia no diagnóstico
  • IA pode acabar com 92 mi de empregos; veja quais podem ficar
Vannevar Bush queria que a tecnologia ajudasse a desenvolver ainda mais a criatividade humana (Imagem: Vitória Gomez via DALL-E/Olhar Digital)

IA traz consigo riscos para a criatividade humana

Bush acreditava que o grande diferencial do “memex” era a capacidade de tornar mais fácil para os usuários criar novas ideias. Apesar de sua invenção ter revolucionado o acesso à informação, o engenheiro se frustrou com o que viu apenas alguns anos depois. Ele próprio escreveu: “Em 1945, sonhei com máquinas que pensassem conosco. Agora, vejo máquinas que pensam por nós – ou pior, nos controlam”.

O legado Vannevar Bush é fundamental para entendermos o mundo de hoje, onde a popularização da IA acaba automatizando o pensamento humano. Embora a tecnologia traga diversos benefícios, ela também pode nos fazer sentir mais desconfortáveis.

Essa tecnologia está aprimorando e aprimorando nossas habilidades ou está nos tornando preguiçosos? Sem dúvida, todo mundo é diferente, mas o perigo é que, quaisquer que sejam as habilidades que deixamos para as máquinas, acabamos perdendo, e as gerações mais jovens podem nem ter a oportunidade de aprendê-las em primeiro lugar.

Nartin Rudorfer, professor da Universidade de Aston

IA seguranca
História do “memex” pode nos ajudar a entender qual a melhor forma de lidar com a IA (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Segundo o autor do artigo, não se trata de transformar a inteligência artificial em um vilão da modernidade. Pelo contrário, precisamos entender quais devem ser os limites dessa ferramenta pensando nos benefícios que ela pode nos proporcionar.

A lição de como podemos pensar é que uma solução puramente técnica como o memex não é suficiente. A tecnologia ainda precisa ser centrada no ser humano, sustentada por uma visão filosófica. Ao contemplarmos uma grande automação no pensamento humano nos próximos anos, o desafio é proteger de alguma forma nossa criatividade e raciocínio ao mesmo tempo.

Nartin Rudorfer, professor da Universidade de Aston

O post Esta máquina esquecida de 80 anos pode nos ajudar a ‘sobreviver’ à IA apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/16/pro/esta-maquina-esquecida-de-80-anos-pode-nos-ajudar-a-sobreviver-a-ia/