
Para ajudar a NASA na busca de vida extraterrestre, pesquisadores simularam a formação de um grupo de exoplanetas considerado promissor. Conhecido como TRAPPIST-1, astrônomos acreditam que esse sistema pode conter água e, potencialmente, organismos vivos. O estudo foi publicado na revista científica The Astrophysical Journal Letters na última quarta-feira (17).
Localizada a 40 anos-luz da Terra, TRAPPIST-1 é uma anã vermelha com cerca de 7,6 bilhões de anos, sendo 3 bilhões de anos mais antiga que o Sol. Esse sistema chama a atenção da comunidade científica há quase dez anos, quando pesquisadores descobriram sete exoplanetas em sua órbita que estão na zona habitável: a região de um sistema estelar onde a temperatura permite água líquida.
Até o momento, astrônomos não identificaram água nesses planetas. Há duas principais hipóteses para essa situação: alguns acreditam que a falta de gás na atmosfera desses astros esteja atrapalhando a luz necessária para as observações, outros preveem que a água pode ter escapado da atmosfera desses exoplanetas ao longo de sua evolução.
No atual estudo, o grupo testou um novo cenário: a água escapou nos primórdios desse sistema porque não existiam gases para contê-la. A equipe testou isso ao modelar em computador o processo de formação de TRAPPIST-1.
“Temos astrônomos usando telescópios para ver o que está lá fora. Eu venho de uma perspectiva diferente. Estou tentando explicar o que estamos vendo e, ao mesmo tempo, fazer previsões sobre o que não podemos ver”, disse Howard Chen, líder do estudo e astrofísico pesquisador no Instituto de Tecnologia da Flórida, em um comunicado.
Água pode ter escapado dos exoplanetas durante sua formação
Os pesquisadores rodaram simulações da formação do sistema desde quando os planetas tinham apenas um quilômetro de diâmetro. Durante as colisões, que consolidaram esses astros, eventos fundamentais tiveram grande influência na composição final de TRAPPIST-1.
Os modelos incorporaram três aspectos essenciais:
- entrega de impacto: a transferência de materiais, como água e gases, durante uma colisão;
- erosão por impacto: remoção de materiais da atmosfera de um planeta devido ao choque;
- troca manto-atmosfera: a transferência de gases e líquidos entre atmosfera e manto de um planeta para manter suas condições.

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O grupo realizou centenas de simulações. Durante os experimentos, eles variaram diversos componentes, como a quantidade de água, o perfil do ambiente de formação planetária, a densidade dos astros e a disposição inicial do sistema.
Para os exoplanetas mais próximos da estrela, a maioria dos casos revelou cenários em que eles estavam secos. A equipe acredita que isso ocorreu porque as colisões foram em alta velocidade, agressivas e energéticas, o que dispersou os gases que formariam a atmosfera dos astros. Sem os gases atmosféricos, a água escapou para o espaço durante esses eventos primordiais.
O novo estudo auxilia pesquisadores da NASA na busca por vida pelo cosmos. Entender a composição inicial dos sete planetas em TRAPPIST-1 colabora para a compreensão de como eles evoluíram. O modelo da equipe de Chen também pode orientar pesquisas futuras, apoiando decisões sobre focar nesses astros ou partir para uma nova busca em outros cantos do Universo.
O post Estudo simula formação de exoplanetas favoráveis à vida apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/09/21/ciencia-e-espaco/estudo-simula-formacao-de-exoplanetas-favoraveis-a-vida/