O recém-nomeado administrador da NASA, Jared Isaacman, afirmou que os Estados Unidos devem voltar à Lua ainda durante o segundo mandato do presidente Donald Trump. A declaração foi feita à CNBC nesta sexta-feira (26), marcando um dos primeiros pronunciamentos públicos do executivo após sua confirmação pelo Senado.
Segundo Isaacman, a nova orientação da Casa Branca – reforçada por uma diretriz assinada por Trump já no seu primeiro dia à frente da agência – reposiciona o programa lunar como eixo central da política espacial norte-americana. Para ele, o avanço na exploração da Lua é essencial para destravar o que chama de “economia orbital”, um conjunto de atividades científicas, industriais e estratégicas que dependem da presença contínua no espaço.
“Queremos a chance de explorar e realizar o potencial científico, econômico e de segurança nacional na Lua”, disse Isaacman à CNBC. Em suas redes sociais, ele reforçou: “Nossa prioridade número um é a liderança americana no terreno mais alto do espaço”.
Retorno à Lua: prioridades da NASA
- Estabelecer presença duradoura na superfície lunar;
- Criar infraestrutura para dados, serviços e logística espaciais;
- Avaliar exploração de Hélio-3, gás raro presente no solo lunar;
- Investir em energia nuclear e propulsão espacial avançada;
- Fortalecer a economia em órbita e acelerar descobertas científicas.
Programas em andamento e o papel da Artemis
A nomeação de Isaacman encerrou uma longa novela política. Inicialmente indicado em dezembro de 2024, ele teve a candidatura retirada por Trump em maio, após questionamentos sobre “associações anteriores” – interpretação ligada às tensões públicas entre o presidente e Elon Musk naquele período. Em novembro, porém, Isaacman voltou a ser indicado e acabou aprovado.

Empreendedor e astronauta civil (ele comandou uma missão orbital da SpaceX em 2021), Isaacman assume a NASA em um momento de forte expansão de contratos com empresas privadas, incluindo SpaceX, Blue Origin e Boeing, que integram a campanha Artemis. O programa visa preparar o retorno humano à Lua e, mais adiante, apoiar a jornada rumo a Marte.
De acordo com o novo administrador, o impulso recente veio do One Big Beautiful Bill Act, aprovado no início do ano e que destinou US$ 9,9 bilhões adicionais ao orçamento da agência.
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A Artemis II, primeiro teste tripulado do foguete Space Launch System (SLS) com a cápsula Orion, deve decolar “em um futuro próximo”, afirmou ele. Em seguida virá a Artemis III, cuja alunissagem será realizada por um módulo desenvolvido pela SpaceX.
Isaacman destaca que tanto SpaceX quanto Blue Origin estão aprimorando veículos de grande porte com transferência criogênica de propelente em órbita, tecnologia vista como chave para missões mais frequentes e baratas. “Isso é o que vai nos permitir ir e voltar da Lua de forma acessível, com grande frequência, e nos preparar para missões a Marte e além”, disse à CNBC.

Por que a Lua voltou ao centro das decisões
Para Isaacman, a construção de uma base lunar é o passo estratégico para consolidar os Estados Unidos como líderes em exploração espacial. A partir dela, seria possível testar tecnologias de energia nuclear, ampliar a produção científica e abrir caminho para atividades econômicas, como mineração de recursos – entre eles o Hélio-3, citado pelo administrador como potencial combustível para futuras usinas de fusão.
Em outras palavras, a Lua deixaria de ser apenas destino de missões pontuais e se tornaria plataforma de presença contínua, com impacto direto em segurança nacional, inovação e competitividade tecnológica.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/12/27/ciencia-e-espaco/eua-devem-voltar-a-lua-ainda-no-mandato-de-trump-diz-novo-chefe-da-nasa/
