Nesta segunda-feira (14), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nova leva de armamentos que o governo vai enviar à Ucrânia para auxiliar na guerra contra a Rússia. Um desses sistemas é o Patriot, sistema que atua na defesa aérea e é um dos mais avançados do mundo.
A informação foi compartilhada por Trump em encontro com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, na Casa Branca, retomando, assim, a aliança EUA-Ucrânia.
Mais detalhes sobre o Patriot, que Trump vai enviar à Ucrânia
- O Phased Array Tracking Radar for Intercept on Target — Radar de Rastreamento com Matriz de Fase para Interceptação no Alvo (Patriot) está entre os sistemas antimísseis mais avançados do mundo, a ponto de ser considerado um poderoso “escudo” do Ocidente;
- Segundo o g1, o envio do armamento para a Ucrânia é considerada uma “provocação” pelos russos;
- O equipamento é bastante usado pelo ocidente e tem capacidade em defesa aérea e antimísseis comprovada, principalmente para proteção contra ataques de mísseis balísticos e drones sofisticados, informa o Centro Internacional de Estudos Estratégicos (CSIS, na sigla em inglês);
- O armamento é um sistema móvel de mísseis terra-ar desenvolvido e fabricado pela Raytheon Technologies, gigante estadunidense de equipamentos bélicos;
- Ele é considerado um dos sistemas de defesa aérea mais avançados do arsenal estadunidense e que opera desde a década de 1980, tendo passado por várias atualizações com o passar dos anos.
A versão PAC-3 do Patriot é uma referência em sistemas de defesa aérea de médio e longo alcance no mundo todo, segundo informações do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês).
O sistema de defesa é o mais avançado (e caro) que o Ocidente enviou à Ucrânia até o momento. Para se ter uma ideia, uma bateria nova dele custa mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,58 bilhões, na conversão direta).
Desse montante, US$ 400 bilhões (R$ 2,23 bilhões) são pelo sistema e US$ 690 milhões (R$ 3,84 bilhões) pelos mísseis interceptadores, explica o CSIS. Cada míssil interceptador chega a custar até US$ 4 milhões (R$ 22,3 milhões), a depender do modelo.
Já uma bateria do Patriot tem radar e sistemas de controle, unidade de energia, lançadores e entre quatro e oito veículos de apoio, para realizar transporte e lançamento dos mísseis.
O sistema estadunidense consegue interceptar aeronaves, mísseis balísticos táticos e de cruzeiro, a depender do tipo de interceptador utilizado.
A Raytheon informa que, na atual versão do Patriot, é possível defender um território contra mísseis balísticos táticos, de cruzeiro, drones, aeronaves e “outras ameaças”.
Esse sistema de defesa aérea já foi enviada à Ucrânia no começo de 2023. Esse primeiro envio foi considerado, pela Rússia, “outro movimento provocativo dos Estados Unidos“, o que poderia provocar resposta.
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Funcionamento do sistema
A fabricante indica que já construiu e entregou mais de 240 unidades de disparo do Patriot, que foram enviados a 19 países, como os próprios EUA, além de Alemanha, Polônia, Ucrânia, Japão, Catar, Arábia Saudita e Egito.
Dependendo do interceptador utilizado, o sistema tem capacidades diferentes. A exemplo, o interceptador PAC-2 mais antigo usa ogiva de fragmentação que detona próximo ao alvo, enquanto os mísseis do PAC-3 utilizam tecnologia mais precisa, atingido diretamente o alvo.
Não se sabe ao certo qual foi o tipo de sistema do Patriot será enviado à Ucrânia. Contudo, o g1 indica que o país tem, ao menos, alguns dos interceptadores PAC-3 CRI mais modernos. Seu radar tem alcance superior a 150 km, disse a Otan em 2015.
Apesar de o Patriot não ter sido projetado originalmente para a interceptação de mísseis hipersônicos (e a Raytheon não ter confirmado se ele é capaz desse feito), em maio de 2023, os EUA confirmaram que a Ucrânia utilizou o Patriot para derrubar um míssil Kinzhal russo, o qual, segundo Moscou, é hipersônico.
Desde janeiro de 2015, o Patriot interceptou mais de 150 mísseis balísticos em operações de combate, informa a Raytheon em seu site.
A Ucrânia vem pedindo mais defesas aéreas a seus aliados ocidentais, visando proteção de infraestruturas críticas e áreas civis onde os russos mais atacam com mísseis e drones, com cada vez mais projéteis sendo utilizados.
O Patriot é bem eficaz contra mísseis e aeronaves, mas, também, é uma forma cara de abater drones de baixo custo. Apesar disso, os ucranianos defendem que eles são essenciais para defesa de alvos estratégicos diante do aumento dos ataques russos de longo alcance.
Para a Rússia, o envio do sistema é considerado uma escalada direta. Em maio, Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse que o envio de mais Patriots à Ucrânia só ia atrasar as chances de paz.
Outros armamentos
Na oportunidade, o presidente estadunidense aproveitou para informar que também enviará à Ucrânia, por meio da Otan, baterias para lançamento do Patriot, agilizando seu uso pelas tropas ucranianas.
“Teremos alguns chegando muito em breve, dentro de alguns dias… alguns países que possuem Patriots farão a troca e substituirão os Patriots pelos que já possuem. É um complemento completo com as baterias”, explicou Trump.
O post EUA: sistema de defesa aérea a ser enviado à Ucrânia é o mais avançado — e caro — que há apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/14/pro/eua-sistema-de-defesa-aerea-a-ser-enviado-a-ucrania-e-o-mais-avancado-e-caro-que-ha/
