Dentre os planetas vizinhos à Terra, quatro são feitos de gás. A formação desse tipo de astro é complexa, exige abundância de material e resulta em um gigante gasoso, tipo planetário reconhecido por seu tamanho colossal. Porém, as pequenas luas poderiam também ser compostas de gás?
Acerca do Sistema Solar, a resposta é definitiva: ainda não se sabe da existência de luas gasosas até que os astrônomos encontrem uma. Mesmo Titã, satélite natural de Saturno, com sua atmosfera espessa, não chega perto da magnitude de um astro gasoso.
Fora da vizinhança terrestre, a situação está em debate. Existe a hipótese de que as duas primeiras possíveis exoluas, Kepler-1625b-i e Kepler-1708b-i, tenham aproximadamente o tamanho de Netuno. Se isso for verdade, é improvável que sejam sólidas ou mesmo líquidas com uma atmosfera espessa.
Há a chance de Kepler-1625b-i ser um erro nos dados astronômicos, mesmo assim não há razão para negar a existência de luas gasosas. Os autores do estudo acerca da exolua pretendem utilizar o James Webb para provar sua existência. Mas, até lá, a busca por esse raro tipo de astro continua.
Como uma lua gasosa se formaria
Alguns satélites naturais são asteroides ou objetos capturados por um planeta. Porém, na maioria dos casos, eles se formam a partir do mesmo disco protoplanetário que os seus astros orbitados
Dessa forma, existem dois caminhos para uma lua de gás se formar:
- Um planeta gasoso maior pode capturar um menor
- O disco de um astro pode ter material suficiente longe do centro para formar um objeto espacial grande e composto majoritariamente de gás.
O Sistema Solar poderia ter uma?
Os gigantes gasosos planetários dentro do Sistema Solar têm núcleos sólidos. Acredita-se que a parte central desses astros se formam de maneira semelhante à de planetas rochosos, mas em regiões onde o gás estava em abundância e pôde ser agarrado pela gravidade deles, um processo conhecido como formação ascendente.
Dentro de sua definição, uma lua tem de ter menos massa que seu planeta orbitado. Qualquer objeto espacial significativamente menos massivo que Urano ou Netuno provavelmente não seria grande o suficiente para reter uma quantidade substancial de gases, de modo que não poderia se tornar um satélite natural gasoso.
Saturno e Júpiter são pelo menos massivos o suficiente para terem luas de gás, mas ainda resta saber de onde elas viriam. Mesmo que todos os quatro maiores objetos que orbitam Júpiter virassem um só, não seriam grandes o suficiente para reter o gás necessário para formar uma lua verdadeiramente gasosa.
Por outro lado, um planeta composto de gás poderia se formar de maneira independente e depois ser capturado por um planeta maior. Os astrônomos pensam que está é a explicação mais provável para Kepler 1625b-i e 1708b-I, se eles forem reais.
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A existência de luas gasosas permanece um mistério
A captura de uma lua é um processo raro. Existem centenas de milhares de asteroides, cometas e objetos espaciais, dos quais apenas uma pequena parte ficou presa em órbita ao redor de um planeta.
Se Urano ou Netuno tivessem órbitas que os fizessem cruzar o caminho de um dos dois planetas maiores, eles poderiam ter sido capturados. Porém, para isso acontecer, seria necessária uma sequência perfeita de circunstâncias. Então, por enquanto, o Sistema Solar está longe de ter luas gasosas.
No entanto, é possível haver satélites naturais compostos de gás em algum lugar do espaço. Caso sejam reais, Kepler 1625b-i e 1708b-I podem ser uma grande surpresa para a astronomia.
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