Conforme noticiado pelo Olhar Digital, uma mancha solar hiperativa tem disparado erupções da classe mais poderosa que existe. Na última terça-feira (1), essa região foi responsável pela segunda maior explosão solar dos últimos tempos, seguida de outra ainda mais forte (e até agora recordista) na quinta (3). É desse mesmo ponto que mais uma explosão de alta potência eclodiu na tarde desta segunda-feira (7).
De acordo com a plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, a mancha solar AR3842 entrou em erupção às 16h13 (pelo horário de Brasília), produzindo evento de classe X2.2. Quem estava nas proximidades do evento era o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS), como podemos ver no vídeo abaixo:
Vamos entender:
- O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
- Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
- Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
- No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
- À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
- De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em ejeções de massa coronal;
- As erupções são classificadas em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
- A classe X, no caso, denota os clarões de forte intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
- Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente;
- O material ejetado pela erupção desta segunda-feira (7) pode atingir o cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS), definindo o destino do objeto.
Explosão causou apagão de rádio no continente americano
No momento da explosão, a radiação ultravioleta extrema causou um apagão de rádio de ondas curtas sobre as Américas, e uma CME significativa foi lançada ao espaço. É possível que parte desse jato esteja direcionado à Terra. A confirmação aguarda novos dados do instrumento LASCO 3 do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), uma parceria entre a NASA e a Agência Espacial Europeia (ESA).
Segundo Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON), se esse material atingir o cometa C/2023 A3, dois resultados são possíveis: ou o objeto é aniquilado ou se torna ainda mais brilhante, fazendo, assim, jus ao apelido de “Cometa do Século”.
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Cometa pode ser rastreado por qualquer pessoa pela internet
De acordo com o site The Watchers, por volta das 11h da manhã, o cometa entrou no campo de visão do LASCO C3, iniciando uma série de observações raras acessíveis a mais do que apenas astrônomos com equipamentos especializados. Qualquer pessoa pode rastreá-lo através dos dados disponibilizados no site da SOHO.
Sobre o “Cometa do Século”:
- No nome, a letra “C” indica que é um cometa não periódico, ou seja, ele se origina na Nuvem de Oort e pode passar pelo Sistema Solar apenas uma vez ou demorar milhares de anos para retornar;
- A designação “2023 A3” revela que foi o terceiro objeto desse tipo descoberto na primeira quinzena de janeiro de 2023, enquanto o sufixo Tsuchinshan-ATLAS faz referência às instituições envolvidas na sua descoberta;
- O objeto recebeu o apelido “Cometa do Século”, considerado controverso, já que há especialistas que não acreditam que seu brilho vai superar o do cometa McNaught, que passou em 2007 com magnitude de -5.5;
- Atualmente, a magnitude do objeto é de -0.2;
- Lembrando que quanto mais brilhante um corpo parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
No sábado (12), o cometa atinge o ponto de maior proximidade com a Terra (chamado de perigeu), quando estará a cerca 70,67 milhões de quilômetros do planeta. Nesse momento, é possível que ele alcance um brilho similar ao de Vênus, o corpo celeste mais luminoso do céu noturno, com exceção da Lua. Principalmente, caso tenha sobrevivido ao jato da explosão e ganhado mais força. Resta-nos aguardar novas informações.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/10/08/ciencia-e-espaco/explosao-solar-violenta-atinge-cometa-que-pode-ter-morrido-ou-ganhado-mais-forca/