Na manhã deste domingo (8), às 6h06 (pelo horário de Brasília), um agrupamento de manchas solares produziu uma erupção de classe X (a mais poderosa que existe), causando um apagão de rádio sobre o sul da África. As informações são da plataforma de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com.
Vamos entender:
- O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
- Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
- Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
- No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
- À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
- De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em ejeções de massa coronal;
- As erupções são classificadas em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
- A classe X, no caso, denota os clarões de forte intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
- Um X2, que foi o caso da explosão de domingo, é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente;
- Se as CMEs são lançadas em direção à Terra, podem atingir a atmosfera do planeta e reagir com a magnetosfera, provocando tempestades geomagnéticas;
- A depender da potência, essas tempestades podem ocasionar desde a formação de auroras até efeitos mais graves, como interrupções em sistemas de comunicação ou mesmo derrubar satélites em órbita.
Desencadeado na região ativa AR3912, o evento foi seguido por uma ejeção de massa coronal (CME) – um forte jato de campo magnético e plasma solar. Quando CMEs atingem a Terra, elas podem perfurar a magnetosfera (“escudo protetor” do planeta), reagir com as partículas da atmosfera e provocar tempestades geomagnéticas de menores ou maiores proporções.
Leia mais:
- Tempestade solar ‘cataclísmica’ atingiu a Terra há cerca de 2.600 anos
- Veja uma impressionante erupção solar do tipo mais poderoso
- Máximo solar já chegou e NASA prevê tempestades intensas
Como uma explosão solar pode causar apagões de rádio
De acordo com a física do clima espacial Tamitha Skov, em uma publicação no X (antigo Twitter), a Terra pode receber um golpe de relance da CME de domingo, mas apenas impactos leves estão previstos. “A tempestade solar lançada irá roçar a Terra a oeste”, escreveu a especialista. “Espere apenas impactos leves até o meio-dia de 11 de dezembro”.
Durante a explosão, apagões de rádio de ondas curtas foram observados no sul da África, a área iluminada pelo Sol naquele momento. Essas interrupções de rádio são causadas pela intensa liberação de raios-X e radiação ultravioleta extrema que acompanha as erupções solares.
A radiação das erupções solares atinge a Terra na velocidade da luz, ionizando a atmosfera superior. Essa ionização aumenta a densidade atmosférica, afetando os sinais de rádio de alta frequência. As ondas de rádio perdem energia ao atravessar as camadas ionizadas, devido a colisões frequentes com elétrons, enfraquecendo ou até bloqueando os sinais de rádio.
O post Explosão solar do tipo mais violento causa apagão de rádio na Terra apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/12/09/ciencia-e-espaco/explosao-solar-violenta-causa-apagao-de-radio-na-terra/