
Uma intensa explosão solar foi registrada no domingo (23), em uma região ativa não voltada para a Terra. O fenômeno, classificado como X2.0 (a categoria mais poderosa dessas explosões), ocorreu às 16h27 (horário de Brasília), de acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com.
A erupção ocorreu na mancha solar AR4001, localizada no noroeste do Sol, e liberou uma forte radiação ultravioleta. Como consequência, houve um apagão de rádio de ondas curtas em áreas do Oceano Pacífico, afetando sinais de alta frequência usados em comunicações. Durante esses blecautes, os sinais podem desaparecer completamente nas regiões iluminadas pelo Sol.
Vamos entender:
- O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
- Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
- Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
- No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
- À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
- De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em ejeções de massa coronal;
- As erupções são classificadas em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
- A classe X, no caso, denota os clarões de forte intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
- Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente.
Os apagões de rádio são classificados pelo Centro de Previsão do Clima Espacial (SWPC) da NOAA, que mede o impacto na Terra. O blecaute de domingo foi um R3 (“Forte”), nível intermediário entre R1 (“Menor”) e R5 (“Extremo”).
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Material ejetado pela erupção solar não vai atingir a Terra
Satélites registraram imagens da erupção lançando plasma e campos magnéticos no espaço. Apesar da intensidade, cientistas da agência afirmam que a ejeção de massa coronal (CME) – jato de plasma e partículas carregadas – lançada pelo evento não estava direcionada à Terra.
And here is the CME from the X2.0 limb flare as seen by LASCO C2. A pretty impressive CME! It is actually fairly wide, spanning some 150° in position angle. Technically it could have a very minor Earth-directed component, but certainly nothing significant. Let’s keep an eye on… https://t.co/elRJlH8Zwb pic.twitter.com/oubXTuZQDg
— Jure Atanackov (@JAtanackov) February 24, 2025
Quando uma CME atinge a Terra, pode causar tempestades geomagnéticas, interferindo em redes elétricas e provocando auroras. Como não houve ejeção direcionada ao planeta, esses efeitos não foram observados.
Meteorologistas continuam monitorando o Sol para novas explosões. Segundo previsões do SWPC, a chance de eventos semelhantes ocorrerem no meio da semana é pequena.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/25/ciencia-e-espaco/explosao-solar-violenta-causa-apagao-de-radio-na-terra-2/