25 de novembro de 2024
Fim de semana pode ter espetáculo de auroras
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Conforme noticiado pelo Olhar Digital, com o retorno da antiga mancha solar AR3664 (agora designada AR13664), uma enxurrada de auroras passou a ser esperada para os próximos dias. Isso porque a mancha tem alto potencial para desencadear explosões de classe X, o tipo mais poderoso que existe.

E isso de fato começou a acontecer, com a produção de uma erupção X1.4 na quarta-feira (29).

Vamos entender:

  • O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
  • Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
  • Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
  • No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
  • À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
  • De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
  • As explosões são classificadas em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
  • A classe X, no caso, denota os clarões de forte intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
  • Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente;
  • Como o Sol dá uma volta em seu próprio eixo a cada 27 dias, as manchas solares desaparecem de vista por determinado período, voltando em seguida a ser visíveis para a Terra.

Cerca de uma semana depois de disparar a – até então – tempestade solar mais poderosa dos últimos tempos (uma erupção de classe X8.7), a mancha solar AR13664 girou junto com o Sol para o lado não visível pela Terra.

Isso, no entanto, não significa que tenha parado de produzir explosões solares. Em 20 de maio, essa região emitiu uma explosão solar classificada como X12, a mais forte desde setembro de 2017. (Saiba mais aqui)

À medida em que retorna ao campo de visão da Terra, a mancha solar AR13664 começa a disparar partículas carregadas em direção ao planeta a cada nova erupção.

Erupção solar X1.4 ocorrida na região ativa AR13664. Crédito: NASA / SDO / AIA / EVE /HMI Science Teams / helioviewer.org/Reprodução

Segundo a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, às 11h37 de quarta (pelo horário de Brasília) um pulso de radiação ultravioleta extrema produziu um apagão de rádio de ondas curtas profundas sobre as Américas. Os operadores de rádio amador podem ter notado perda de sinal em todas as frequências abaixo de 30 MHz por 60 a 90 minutos após o início do surto.

Os cronógrafos SOHO detectaram uma CME brilhante emergindo do local da explosão. Os modelos da NOAA sugerem que esse jato chegará à Terra durante as últimas horas de sexta-feira (31), desferindo um golpe forte o suficiente para desencadear uma tempestade geomagnética da classe G2 – (considerada moderada em uma escala que vai de G1 a G5). Se ocorrer um impacto, a tempestade resultante pode se estender até sábado (1), cobrindo os céus do norte do globo de auroras.

Coronógrafos a bordo do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO) registraram a nova explosão solar na mancha AR13664. Crédito: SOHO via Spaceweather.com

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Material solar que colidir com a Terra pode provocar auroras

Uma das consequências da colisão entre o material solar e a Terra é a perfuração da magnetosfera, fazendo as partículas carregadas interagirem com os átomos presentes na atmosfera e se dirigirem aos polos do planeta.

Quando isso acontece, formam-se auroras nos céus das latitudes mais extremas do globo (boreais, ao norte, e austrais, ao sul).

De acordo com o site LiveScience, quando a mancha solar AR13664 atingir o centro do Sol, de nossa perspectiva, o sistema Sol-Terra estará mais conectado. É quando nosso planeta tem maior probabilidade de ser afetado pelo clima solar, potencialmente resultando em outra exibição de auroras em baixas latitudes.

Como a lua nova de 6 de junho nasce exatamente 27 dias após 10 de maio, fica o alerta de auroras para algumas noites antes e depois dessa data – caso haja uma repetição da atividade geomagnética extrema do mês passado. 

As manchas solares aparecem com maior frequência – e desencadeiam explosões solares mais poderosas – durante o pico do ciclo de atividade de 11 anos do Sol, conhecido como máximo solar. 

Os cientistas suspeitam que o ciclo máximo atual pode já estar em andamento, atingindo-nos mais cedo e mais do que o estimado anteriormente. Não é possível  determinar o tempo exato do máximo até que ele termine, e a atividade solar finalmente volte a se acalmar.

Além da formação de auroras, tempestades geomagnéticas de classe G2 podem provocar:

  • Sistema elétrico: tempestades de longa duração podem danificar transformadores;
  • Operação de satélites: podem ser requeridas ações corretivas da orientação pelos controles de solo, e possíveis mudanças no arrasto podem afetar a previsão das órbitas;
  • Outros sistemas: propagação em rádio HF pode enfraquecer em locais nas mais altas latitudes.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/05/30/ciencia-e-espaco/fim-de-semana-pode-ter-espetaculo-de-auroras/