26 de novembro de 2024
Fóssil de 155 milhões de anos congela clonagem de estrela
Compartilhe:

Uma equipe de cientistas descobriu um fóssil de uma estrela frágil datado de 155 milhões de anos. A descoberta foi classificada como “incrivelmente rara” por dois motivos. Primeiro, pelo fóssil estar intacto. Segundo, pelo fóssil capturar um momento delicado no qual a estrela clonava a si mesma.

Fóssil de estrela de 155 milhões de anos desvenda mistério

  • Cientistas encontraram um fóssil intacto de uma estrela frágil. E o fóssil congelou no tempo um momento delicado no qual a estrela se clonava. A descoberta foi classificada como “incrivelmente rara” devido ao estado intacto do fóssil e ao registro do processo de fragmentação clonal;
  • Estrelas frágeis, semelhantes às estrelas-do-mar, regeneram partes do corpo por meio da fragmentação clonal. Assim, ela cria novas versões de si mesma. Este fenômeno, embora bem documentado, teve sua origem elucidada com a descoberta desse fóssil;
  • O estudo, liderado por Ben Thuy e publicado na revista Proceedings of the Royal Society B, revelou que a fragmentação clonal e a simetria hexarradiada, junto com um estilo de vida epizoico, evoluíram juntos desde o Jurássico Superior. A descoberta fornece novas perspectivas sobre a evolução das estrelas frágeis;
  • A nova espécie foi nomeada Ophiactis hex, em homenagem ao mundo de Terry Pratchett, destacando tanto a simetria hexarradiada do fóssil quanto a visão satírica de Pratchett sobre a academia.

Estrelas frágeis, semelhantes às estrelas-do-mar, conseguem se regenerar após se dividirem ao meio. Esse processo, conhecido como fragmentação clonal, permite que elas criem novas versões de si mesmas regenerando as partes do corpo que faltam. 

Leia mais:

  • Mundo com a dimensão da Terra é descoberto na órbita de estrela do tamanho de Júpiter
  • Quanto do oceano nós conseguimos mapear?
  • O que é El Niño, fenômeno que altera a temperatura dos oceanos

Embora seja um fenômeno bem documentado, a origem deste comportamento permanecia um mistério até a descoberta desse fóssil.

Descoberta do fóssil traz novas perspectivas sobre evolução da estrela

(Imagem: Gunter Schweigert)

O estudo do fóssil foi liderado por Ben Thuy, curador do Departamento de Paleontologia do Musée national d’histoire naturelle. A pesquisa foi publicada na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.

Thuy explicou que a fragmentação clonal é uma característica antiga. “O fóssil mostra que a fissiparidade remonta pelo menos ao Jurássico Superior, período em que monstros marinhos gigantes dominavam os oceanos”, disse ele ao IFLScience.

Este achado também sugere que a fragmentação clonal e a simetria corporal hexarradiada, bem como um estilo de vida epizoico (vida num organismo hospedeiro), evoluíram juntos desde o início. 

Esta conexão entre características morfológicas e comportamentais oferece novas perspectivas sobre a evolução das estrelas frágeis.

Momento da descoberta do fóssil da estrela foi ‘único’, diz pesquisador

Ilustração de estrelas-do-mar no fundo do oceano
(Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)

O momento da descoberta foi descrito por Thuy como único. “O espécime foi congelado no tempo exatamente no momento certo, durante o intervalo de tempo relativamente curto entre a divisão e o crescimento total da metade do corpo que faltava”, disse. 

Este detalhe torna o fóssil particularmente valioso para entender a dinâmica da regeneração.

A nova espécie foi nomeada Ophiactis hex, homenagem que inclui referência ao mundo de Terry Pratchett. “A coautora Lea Numberger-Thuy é uma grande fã da Universidade Invisível de Terry Pratchett, e quando ela sugeriu o nome, todos nós ficamos entusiasmados”, disse. 

O nome “hex” não só alude à simetria hexarradiada do fóssil, mas também celebra a visão satírica de Pratchett sobre a academia.

O post Fóssil de 155 milhões de anos congela clonagem de estrela no tempo apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/05/15/ciencia-e-espaco/fossil-de-155-milhoes-de-anos-congela-clonagem-de-estrela-no-tempo/