
Uma equipe da Universidade de Tecnologia de Swinburne, na Austrália, usou dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST) para fazer uma descoberta surpreendente: eles encontraram uma galáxia de disco espiral gigante do início do universo. O astro é três vezes maior do que seus semelhantes da época.
A análise do objeto foi publicada na revista Nature Astronomy nesta segunda-feira (17) e abre portas para estudar a formação do cosmos, incluindo os próprios discos galáticos.
Galáxia é três vezes maior do que outros astros da época
A descoberta é um disco galáctico, estruturas planas e rotativas, cheias de estrelas, gás e poeira que orbitam o núcleo central. O nosso Sistema Solar, por exemplo, orbita o disco da Via Láctea.
O especialista em modelagem espectral de galáxias de Swinburne, Dr. Themiya Nanayakkara, que participa da pesquisa, explicou que a formação dos discos é um “quebra-cabeça extraordinário”. O astro em questão é datado de quando o universo tinha apenas 2,4 bilhões de anos e desafia os modelos existentes do que se sabia sobre sua formação. E mais: eles sugerem que podem ter sido o berço dos primeiros gigantes do universo.

Como foi a descoberta
A equipe usou dois instrumentos do James Webb, a NIRCam e o NIRSpec. A observação foi direcionada para uma região específica do céu, que abriga um quasar.
Nessa região, o grupo identificou algumas galáxias e analisou seus desvios para vermelho, sua morfologia e cinemática. Essas observações levaram à descoberta de uma galáxia de disco, apelidada de Big Wheel. O que mais chamou atenção no astro é seu raio óptico, pelo menos três vezes maior do que o previsto para simulações cosmológicas atuais.
Análises posteriores confirmaram que o disco galático gira a 300 quilômetros por segundo. Com isso, ele se tornou o maior já registrado entre astros do início do universo. Em relação aos discos atuais, ele é comparável aos astros mais massivos de que temos conhecimento.

Disco revela pistas sobre formação das galáxias
- De acordo com o Dr. Nanayakkara, ao Phys.org, o disco está em um ambiental altamente denso. Isso sugere que ele pode ser um ambiente favorável para sua própria formação;
- O cientistas explicou que faltam galáxias comparáveis ao Big Wheel para sustentar as simulações atuais;
- Por isso a descoberta é tão importante: para que um disco se forme tão cedo na história do cosmos e cresça tanto, como aconteceu nesse caso, o ambiente teve que ser propício, com fluxos de gás e fusões entre galáxias.
Um estudo anterior já havia revelado que o quasar que serviu como base para o trabalho desta semana está em um aglomerado de protogaláxias, uma região com alta concentração de galáxias, gás e buracos negros. A pesquisa atual abre caminho para estudar esse território que, até agora, foi pouco explorado, ajudando a entender a formação do universo primitivo.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/03/17/ciencia-e-espaco/galaxia-gigante-do-inicio-do-universo-da-pistas-da-origem-de-tudo/