25 de fevereiro de 2025
Geleiras derretidas encheriam 3 piscinas olímpicas por segundo
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Não é de agora que as geleiras são consideradas indicadores das mudanças climáticas em andamento. Mas pela primeira vez, cientistas calcularam o derretimento usando um método que combina diferentes medições de campo e observações por satélite.

O resultado: desde 2000, as geleiras do mundo perderam 5% de seu volume inicial e 273 bilhões de toneladas de gelo desaparecem a cada ano, o equivalente a 3 piscinas olímpicas por segundo.

“Com isso, as geleiras são atualmente o segundo maior contribuinte para o aumento global do nível do mar, depois do aquecimento do oceano e antes das contribuições da camada de gelo da Groenlândia, mudanças no armazenamento de água terrestre e da camada de gelo da Antártida”, diz o artigo.

O estudo foi realizado pelo consórcio internacional Glambie, que reúne 35 equipes de pesquisa, sendo a maioria vinculada a instituições francesas, e publicado na revista científica Nature. Um relatório atualizado será divulgado em 2029.

Geleiras azuis no arquipélago marrom-avermelhado do Ártico (Imagem: Universidade de Zurique/Divulgação)

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Um alerta para o presente e futuro

Os cientistas também encontraram perda recorde de massa de gelo em 2022 e 2023, revelando que os Alpes e os Pireneus perderam cerca de 40% de seu volume em menos de um quarto de século, tornando-os as regiões do globo com a maior perda relativa de gelo.

“Seu derretimento leva ao aumento de riscos geológicos locais, e impacta ecossistemas marinhos e terrestres, recursos regionais de água doce, e ciclos globais de água e energia”, escrevem os autores. “Juntamente com as camadas de gelo da Groenlândia e da Antártida, as geleiras são impulsionadores essenciais da elevação atual e futura do nível do mar.”

Satélites usados para monitorar derretimento de geleiras (Imagem: Universidade de Zurique/Divulgação)

Os quatro principais métodos de observação para derivar mudanças na massa de geleiras incluem medições glaciológicas, diferenciação de modelo de elevação digital (DEM), altimetria e gravimetria. Os pesquisadores também fizeram as seguintes descobertas:

  • A perda de massa das geleiras é cerca de 18% maior do que a perda da camada de gelo da Groenlândia, e mais do que o dobro da camada de gelo da Antártida;
  • A perda anual de gelo teve um aumento de 36% entre a primeira metade do período de estudo, entre 2000 e 2011, e a segunda metade, entre 2012 e 2023, sugerindo que o ritmo de derretimento está acelerado;
  • De 2000 a 2023, a perda global de massa de geleiras totaliza 6,542 bilhões de toneladas. Essa perda contribuiu com 18 mm para o aumento global do nível do mar a uma taxa anual de 273 bilhões de toneladas ou 0,75 milímetros por ano.
  • Os maiores contribuintes para o aumento médio global observado do nível do mar incluem a mudança na temperatura e salinidade do oceano, geleiras e a camada de gelo da Groenlândia; contribuições menores se originam de mudanças no armazenamento de água terrestre e na camada de gelo da Antártida.

“Esta análise oferece uma linha de base observacional para estudos futuros para entender melhor o impacto da mudança climática nas geleiras e seus efeitos regionais. Embora as estimativas atuais (anuais) sejam suficientes para avaliar o aumento do nível do mar, uma resolução temporal mensal (ou superior) é necessária para quantificar o ciclo hidrológico”, concluem.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/02/20/ciencia-e-espaco/geleiras-derretidas-encheriam-3-piscinas-olimpicas-por-segundo/