
Os transtornos mentais, como autismo e esquizofrenia, são cada vez mais comuns e a tendência é que os casos aumentem ainda mais nos próximos anos. Apesar deste tendência, os cientistas ainda sabem relativamente pouco sobre estas condições.
Um cenário que pode mudar a partir de um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A equipe implantou eletrodos em girinos para tentar entender o que acontece no cérebro.
Dispositivos foram implantados antes mesmo da formação do cérebro
- O objetivo do trabalho era desvendar como conseguimos gerar pensamentos complexos, coordenar ações, refletir e crescer somente pela junção de células embrionárias.
- Para isso, os dispositivos foram implantados em embriões de girinos, antes mesmo da formação cerebral deles.
- Estes ‘ciborgues’ podem ajudar a elucidar as dúvidas existentes, além de poderem se tornar uma alternativa viável para diagnosticar autismo, bipolaridade e esquizofrenia.
- O experimento identificou um material perfluoropoliétero (PFPE) com maciez e maleabilidade similares aos do cérebro.
- Ele foi usado então para construir uma rede com condutores muito finos que inseriram em uma placa neural, estrutura acessível que forma o tubo neural dos embriões da espécie Xenopus laevis.
- O tubo neural é a estrutura que dá origem ao encéfalo e à medula espinhal, sendo o precursor do cérebro.
- Ao integrar o dispositivo com eletrodos à placa neural, os cientistas conseguiram monitorar de maneira estável e contínua a atividade cerebral durante cada estágio embrionário.
- As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Nature.
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Descobertas podem abrir novos caminhos de diagnóstico de transtornos mentais
Segundo os cientistas, o dispositivo monitora a atividade elétrica de cada célula cerebral com precisão de milissegundos. Eles ainda garantem que os eletrodos não causaram impactos no desenvolvimento dos embriões.
A equipe responsável pelo trabalho afirma que os resultados podem oferecer informações valiosas sobre o desenvolvimento cerebral. Além disso, podem ajudar a criar novas formas de diagnosticar autismo, bipolaridade e esquizofrenia, bem como para o desenvolvimento de novas terapias.

O próximo passo é adaptar este sistema para o uso em ratos. Nos roedores, no entanto, o desenvolvimento cerebral ocorre em úteros e dependem de fertilização in vitro e transmissões mais avançadas de sinais cerebrais.
O post Girinos ‘ciborgues’ podem ajudar no tratamento de transtornos mentais apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/06/16/medicina-e-saude/girinos-ciborgues-podem-ajudar-no-tratamento-de-transtornos-mentais/