
O nome da Polícia Federal está sendo usado para um novo golpe por aplicativos de mensagem. Os criminosos induzem as vítimas a transferir dinheiro após ligações que serviriam como ‘depoimentos’ de investigações. As informações são da TV Globo.
Recém-aposentada, uma mulher de 58 anos, que pediu para não ser identificada, relatou ao Jornal Nacional que recebeu mensagens da quadrilha por uma semana. Uma das chamadas de vídeo durou mais de cinco horas — os golpistas a convenceram que se tratava de um depoimento.
“A primeira chamada, a primeira ligação, foi telefone mesmo, dizendo que era da Polícia Federal e que eu estava sendo investigada por lavagem de dinheiro ou tráfico de drogas. Ele tinha meu endereço, meu CPF, meu nome completo, como que eu não ia provar para ele a minha inocência? E foi o que eu tentei fazer.”
Usando documentos falsos com o brasão da república, os golpistas insistiram que tratava-se de um caso confidencial e que as informações não poderiam ser compartilhadas com mais ninguém.
Ao final da chamada, eles pediram a transferência de dinheiro para o que chamaram de “contas de vigilância do Banco Central”, e disseram que o valor seria devolvido. Em um primeiro momento, ela realizou três repasses, totalizando R$ 10 mil, e o dinheiro voltou para a conta dela. Depois, o bando solicitou transferências que somaram R$ 580 mil.
“É dinheiro da vida. E aí eles sumiram. Imediatamente quando eles não me responderam mais eu corri no quarto para chamar a minha filha e a gente foi para a delegacia. Eu estou à base de calmante. Eu não como, eu não durmo, eu não paro de chorar”, contou ao jornal.

Caso não é isolado
Outra vítima registrou um boletim de ocorrência relatando uma estratégia semelhante em Jundiaí, no interior de São Paulo. A mulher transferiu mais de R$ 1,5 milhão aos golpistas que se passaram por agentes da PF, alegando uma investigação de lavagem de dinheiro.
E um terceiro caso ocorreu em Iperó, também no interior paulista, onde uma mulher de 63 anos foi convencida por supostos policiais federais a transferir mais de R$ 40 mil para a mesma conta bancária dos demais golpes.
A conta, aliás, está atrelada à empresa WFG One Financeira, supostamente localizada em uma praça na capital paulista, no número 500. Mas o registro do escritório não existe na junta comercial, de acordo com a reportagem.
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Investigações em andamento
Até agora, a Polícia Civil de São Paulo contabilizou pelo menos 20 vítimas dos golpistas e os inquéritos seguem abertos para tentar identificar os responsáveis. Já a Polícia Federal esclareceu que não solicita transferências de dinheiro, mas ponderou que pode fazer intimações por telefone utilizando os números oficiais da PF (clique aqui).
“Nós não fazemos pedidos de documento, não fazemos pedidos de valores, nada disso. Então as nossas intimações são um ato para um mero comparecimento do intimado à unidade da Polícia Federal ou então por meio de uma sala virtual para que essa pessoa possa ser ouvida no procedimento policial”, diz o corregedor da Polícia Federal em São Paulo, Alberto Neto.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/08/25/seguranca/golpe-criminosos-usam-nome-da-pf-para-pedir-transferencias/