2 de setembro de 2025
Google: julgamento sobre ‘império de anúncios’ chega ao fim nos
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Um juiz federal dos Estados Unidos determinou, nesta terça-feira (2), que o Google poderá manter seu navegador Chrome, mas ficará proibido de firmar contratos de exclusividade para a promoção de seu buscador. A decisão faz parte de um processo antitruste histórico que concluiu que a empresa mantém um monopólio ilegal no mercado de buscas online.

O juiz Amit P. Mehta, da Corte Distrital do Distrito de Columbia, rejeitou o pedido do Departamento de Justiça (DOJ) para que a companhia fosse obrigada a se desfazer do Chrome ou do sistema operacional Android.

Gigante das buscas não precisará vender o Chrome… (Imagem: Gargantiopa/Shutterstock)

“O Google não será obrigado a alienar o Chrome; nem o tribunal incluirá uma alienação contingente do sistema operacional Android na sentença final”, afirmou a decisão. Para o magistrado, os autores da ação “exageraram ao procurar a alienação forçada desses ativos essenciais, que o Google não utilizou para efetuar quaisquer restrições ilegais”.

Google ganha, mas perde

  • Apesar de manter o navegador, a empresa não poderá celebrar contratos de exclusividade com fabricantes de dispositivos para distribuir o Google Search, o Chrome, o Google Assistente e o aplicativo de inteligência artificial (IA) Gemini;
  • Ainda assim, continuará autorizada a realizar pagamentos para que seus produtos sejam pré-instalados, desde que sem exclusividade. “O Google não será impedido de fazer pagamentos ou oferecer outras compensações aos parceiros de distribuição para pré-carregamento ou posicionamento do Google Search, Chrome ou seus produtos de IA generativa”, determinou Mehta;
  • Entre os pedidos do DOJ, estava, também, o fim da prática chamada de “sindicação forçada“, em que o Google fechava acordos para garantir que seu buscador fosse a opção padrão em navegadores e smartphones;
  • Atualmente, a empresa paga bilhões de dólares por ano à Apple para ser o buscador padrão do iPhone.

Após a decisão, as ações da Alphabet (controladora do Google) subiram 6% nas negociações estendidas, enquanto os papéis da Apple avançaram 4%, segundo dados da CNBC.

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Página de busca do Google
… mas não pode firmar contratos exclusivos para que seu buscador não tenha concorrência (Imagem: Aria sandi hasim/Shutterstock)

Big tech acusada de monopólio

Em agosto de 2024, Mehta havia concluído que o Google violou a Seção 2 do Sherman Act, que proíbe monopólios, ao manter barreiras de entrada que reforçaram seu domínio no mercado de buscas.

O julgamento sobre as medidas a serem aplicadas ocorreu em maio deste ano. Durante as audiências, o DOJ chegou a pedir que o Google fosse obrigado a compartilhar dados usados na geração de resultados de busca, como os registros de cliques de usuários.

O caso, aberto em 2020, é considerado um marco por ser o primeiro de uma série de processos de monopólio movidos contra gigantes da tecnologia pelo DOJ e pela Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês). As ações podem redesenhar o cenário competitivo do Vale do Silício.

O Google nega ter cometido irregularidades e já anunciou que recorrerá da decisão, o que pode atrasar a aplicação das penalidades.

Logo do Google em um smartphone
Após decisão, ações da Alphabet (controladora do Google) subiram 6% nas negociações estendidas (Imagem: PJ McDonnell/Shutterstock)

O post Google escapa de vender o Chrome, mas sofre dura restrição apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/09/02/pro/google-escapa-de-vender-o-chrome-mas-sofre-dura-restricao/