11 de outubro de 2024
Grande Mancha Vermelha de Júpiter é como uma “tigela de
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Imagens de alta resolução do Telescópio Espacial Hubble, da NASA, revelaram novos detalhes sobre a Grande Mancha Vermelha de Júpiter, indicando que essa icônica tempestade pode não ser como imaginávamos. 

Em vez de ser uma estrutura estável, a mancha está “balançando como uma tigela de gelatina”, conforme descreveu a agência em um comunicado, mostrando comportamentos inesperados que desafiam o entendimento científico.

Usando dados coletados pelo Hubble entre dezembro de 2023 e março de 2024, astrônomos observaram que a Grande Mancha Vermelha de Júpiter oscila em um ciclo de 90 dias, balançando como gelatina em sua forma elíptica – e as causas dessa instabilidade são desconhecidas. Crédito: NASA, ESA, Amy Simon (NASA-GSFC); Processamento de imagem: Joseph DePasquale (STScI)

A Grande Mancha Vermelha, uma enorme tempestade anticiclônica observada por astrônomos há mais de 150 anos, é tão imensa que poderia engolir a Terra. Entre dezembro de 2023 e março de 2024, imagens capturadas pelo Hubble revelaram que ela não é tão estática quanto se pensava. 

Oscilação da Grande Mancha Vermelha de Júpiter é observada pela primeira vez

Amy Simon, PhD em astronomia e cientista sênior de pesquisa de atmosferas planetárias na Divisão de Exploração do Sistema Solar no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, é a autora principal do estudo, que foi  publicado esta semana no The Planetary Science Journal.

Segundo ela, o movimento da tempestade varia não apenas em sua longitude, como já se sabia, mas também no tamanho. “Essa é a primeira vez que conseguimos observar a oscilação da mancha com detalhes. Vemos que ela se espreme para dentro e para fora, ao mesmo tempo em que desacelera seu movimento”.

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Essas observações fazem parte do programa Legado das Atmosferas dos Planetas Exteriores (OPAL), que monitora Júpiter e outros planetas do Sistema Solar externo. O Hubble foi ajustado para observar mais de perto a Grande Mancha Vermelha, capturando sua forma, tamanho e mudanças de cor com uma precisão inédita.

Para Mike Wong, da Universidade da Califórnia em Berkeley, coautor do estudo, o comportamento da mancha se compara a um “sanduíche” pressionado por correntes de jato ao norte e ao sul. Essas correntes exercem uma pressão que faz a mancha se expandir e contrair, um fenômeno incomum que nunca havia sido registrado com tanta clareza.

Com base em dados do Telescópio Espacial Hubble, astrônomos monitoraram Júpiter por 90 dias, período em que a Grande Mancha Vermelha oscilou, mudando de forma e brilho. Crédito: NASA, ESA, Amy Simon (NASA-GSFC); Processamento de imagem: Joseph DePasquale (STScI)

Os cientistas acreditam que essa oscilação possa continuar até que a tempestade atinja uma forma estável. “Quando a tempestade se ajustar ao campo de ventos ao seu redor, ela provavelmente ficará presa em uma forma mais definida”, disse Simon.

A expectativa agora é de que futuras imagens do Hubble tragam respostas sobre a origem dessa oscilação misteriosa na Grande Mancha Vermelha de Júpiter.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/10/11/ciencia-e-espaco/grande-mancha-vermelha-de-jupiter-e-como-uma-tigela-de-gelatina/