22 de janeiro de 2025
Há 350 mil anos, quatro pessoas andaram em destroços mortais
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Há cerca de 350 mil anos, o vulcão Roccamonfina, ao sul da Itália, entrou em erupção, deixando um rastro de cinzas, rochas e gases vulcânicos na atmosfera e espalhados no vale ao redor. Mas um grupo de humanos pré-históricos não pareceu se importar, já que um conjunto de pegadas batizadas de “Devil’s Trails” ficou famosa na região.

Um estudo publicado nesta semana na revista Quaternary analisou as pegadas para descobrir quem eram as pessoas que caminharam pelos destroços do vulcão.

Equipe analisou região do extinto vulcão Roccamonfina (Imagem: Quaternary/Reprodução)

Vulcão deixou para trás destroços mortais

Segundo o IFLScience, a erupção do vulcão Roccamonfina (que já foi extinto) deixou um rastro de cinzas na atmosfera e de material piroclástico no vale ao redor. O fluxo piroclástico é uma mistura perigosa de cinzas, rochas e gases vulcânicos, que costuma avançar centenas de quilômetros por hora (ou seja, mais rápido do que nós podemos fugir). Ele pode ser mais mortal do que lava.

No entanto, um rastro de pegadas batizado de Devil’s Trails revelou que um grupo de humanos antigos foi corajoso o suficiente para passear pela paisagem vulcânica.

O estudo da vez resolveu analisar esses registros para descobrir quem foram os hominídeos responsáveis.

Equipe analisou as pegadas conhecidas como “Devil’s Trails” (Imagem: Quaternary/Reprodução)

Estudo das pegadas enfrentou desafios

A pesquisa revelou que os humanos pisaram na região vulcânica conforme ela resfriava, mas ainda estava quente o suficiente para deixar marcas.

Durante a investigação da origem das pegadas, eles usaram uma série de equações para estimar o peso total e a altura das pessoas, mas enfrentaram um problema: as fórmulas serviam para a análise em terrenos relativamente planos. O relevo íngreme ao redor do Roccamonfina foi um desafio.

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Eles reconheceram que nenhuma das equações poderia dar resultados completamente precisos e que cada fórmula poderia ser aplicada de uma forma diferente. Outro problema é que, como os destroços vulcânicos estavam úmidos, as pegadas poderiam ser irregulares.

Pegadas na região do vulcão (Imagem: Quaternary/Reprodução)

Quem eram os caminhantes do vulcão

Reconhecendo as limitações da investigação, o grupo selecionou fórmulas que faziam sentido para a região analisada e revelou algumas descobertas:

  • De fato, eram quatro caminhantes, que pesavam entre 55,5 e 64,6 quilos e tinham entre 1,529 e 1,767 metro de altura;
  • A altura média (1,66 metro) e peso médio (60 kg) correspondeu com as características de uma espécie humana extinta chamada Homo heidelbergensis, que vagava pela Europa na época da erupção do vulcão;
  • Segundo o estudo, o grupo era formado por duas mulheres ou crianças e pelo menos um homem adulto.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/01/22/ciencia-e-espaco/ha-350-mil-anos-quatro-pessoas-andaram-em-destrocos-mortais-de-vulcao/