
Um relatório da empresa de cibersegurança ISH Tecnologia revelou uma séria vulnerabilidade nos aplicativos WhatsApp e Telegram. Segundo a pesquisa, ataques do tipo zero-click estão sendo utilizados para espionar usuários sem necessidade de qualquer interação com o dispositivo. Essa técnica permite que hackers invadam celulares sem que a vítima precise clicar em links maliciosos, tornando a detecção ainda mais difícil.
A investigação da ISH identificou o uso de spywares avançados, como o Graphite, da empresa israelense Paragon Solutions. Esse software explora falhas nos aplicativos de mensagens para infiltrar códigos maliciosos, muitas vezes através de arquivos aparentemente inofensivos, como PDFs e imagens.
O WhatsApp e o Telegram são alvos frequentes desse tipo de ataque devido ao alto volume de mensagens trocadas diariamente e à capacidade de processar diversos formatos de arquivos automaticamente.
Ataques zero-click: invasão sem deixar rastros
Diferente de golpes tradicionais, em que os criminosos induzem a vítima a clicar em links suspeitos, os ataques zero-click exploram falhas internas nos sistemas dos aplicativos. No caso do Graphite, o ataque ocorre por meio do envio de documentos PDF para grupos de conversa, aproveitando brechas na renderização dos arquivos para executar comandos sem que o usuário perceba.

“O grande perigo desse tipo de ataque é que ele não depende da ação do usuário. A simples recepção da mensagem pode ser suficiente para comprometer o dispositivo”, alerta Ícaro César, pesquisador de malware da ISH Tecnologia.
O levantamento também destaca que o Graphite é parte de um ecossistema maior de espionagem digital, que inclui ferramentas como Pegasus, da NSO Group, e Predator, da Cytrox. Embora essas tecnologias sejam oficialmente vendidas para governos e forças de segurança, há indícios de que estão sendo usadas de forma indiscriminada contra jornalistas, ativistas, empresários e políticos.
WhatsApp e Telegram já foram alvos no passado
Essa não é a primeira vez que os aplicativos enfrentam vulnerabilidades desse tipo. Em 2019, uma falha no WhatsApp permitiu que hackers instalassem o Pegasus apenas com uma chamada de voz, sem que o usuário precisasse atendê-la. Já em 2022, o Telegram foi explorado por meio de um ataque que utilizava falhas no carregamento de GIFs para executar códigos maliciosos.
Especialistas da ISH Tecnologia alertam que novos métodos de invasão continuam sendo desenvolvidos e que nenhum aplicativo está completamente seguro contra ataques zero-click.
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Como se proteger?
- Mantenha seus aplicativos atualizados: empresas de tecnologia lançam correções de segurança constantemente.
- Evite abrir arquivos suspeitos, mesmo vindos de contatos conhecidos.
- Revise as permissões dos aplicativos: limite o acesso à câmera, microfone e arquivos.
- Use soluções de segurança confiáveis: aplicativos especializados podem detectar e bloquear atividades suspeitas.
- Reinicie seu celular regularmente: alguns spywares só funcionam enquanto o dispositivo permanece ligado sem interrupções.
A ISH Tecnologia reforça que a privacidade dos usuários está cada vez mais ameaçada por técnicas avançadas de invasão. “O uso de spywares para espionagem digital está crescendo. É fundamental que empresas e indivíduos adotem medidas de segurança para proteger seus dados e sua comunicação”, conclui o especialista Ícaro César.
O que dizem WhatsApp e Telegram?
O Olhar Digital entrou em contato com WhatsApp e Telegram. Esta publicação será atualizada quando abtivermos respostas das empresas.
O post Hackers invadem WhatsApp e Telegram sem cliques — veja como se proteger apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/03/25/seguranca/hackers-invadem-whatsapp-e-telegram-sem-cliques-veja-como-se-proteger/