23 de novembro de 2024
Herança neandertal: ciência avança para entender relação com Homo sapiens
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Mesmo após sua extinção, os neandertais ainda podem ser encontrados no genoma de parte dos seres humanos modernos. Buscando desvendar os primórdios desse relacionamento, uma equipe de cientistas analisou e mapeou a evolução dos genomas de antigos indivíduos da espécie Homo sapiens. O estudo foi publicado no bioRxiv.

Entenda:

  • Cientistas descobriram que o cruzamento entre humanos e neandertais começou há 47 mil anos, e durou quase sete milênios;
  • Com um software, a equipe analisou amostras de 59 antigos H. sapiens com idades entre 45 mil e 2,2 mil anos, comparando os genomas aos de 275 humanos modernos ao redor do mundo;
  • O fluxo de ADN dos neandertais para o genoma humano moderno ocorreu em um período de 6.832 anos, com tempo médio de introgressão – transferência permanente de genes – de 47.124 anos;
  • Com a seleção natural, partes do DNA neandertal foram excluídas do genoma humano. Da mesma forma, alguns genes foram repassados através das gerações, podendo ter conferido vantagens de sobrevivência;
  • O estudo foi publicado no bioRxiv.
Estudo comparou genomas de antigos Homo sapiens e humanos modernos. (Imagem: frenic00/Shutterstock)

Com a ajuda de um software, os investigadores analisaram amostras de 59 indivíduos com idades entre 45 mil e 2,2 mil anos, comparando os genomas aos de 275 humanos modernos ao redor do mundo. A equipe mapeou a evolução dos genes neandertais, mapeando a quantidade exata de gerações necessárias para sua evolução ao longo dos milênios.

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Relações entre humanos e neandertais duraram milênios

A equipe constatou que o fluxo de ADN dos neandertais para o genoma humano moderno ocorreu em um período de 6.832 anos, com um tempo médio de introgressão – transferência permanente de genes – datado em 47.124 anos atrás. Ou seja, os primeiros cruzamentos entre os H. sapiens e os hominídeos neandertais começou há cerca de 47 mil anos, com uma duração de quase sete milênios.

Cruzamentos entre neandertais e Homo sapiens ocorrerram há 47 mil anos. (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

No estudo, a equipe também explica que o DNA neandertal não está presente em todas as regiões do nosso genoma – algumas delas (chamadas de “desertos arcaicos”) são completamente desprovidas de ascendência neandertal, e outras contêm níveis muito altos. Em outras palavras, boa parte do material genético era, provavelmente, prejudicial, sendo eliminado com a evolução ao longo dos anos.

Da mesma forma, alguns genes podem ter conferido vantagens de sobrevivência, sendo repassados através das gerações. Para esse caso, os cientistas identificaram 347 genes neandertais bem-preservados nas populações antigas e atuais, “sugerindo que muitos desses genes foram imediatamente benéficos para os humanos modernos à medida que encontravam novos pressões ambientais fora da África”, escreveram no estudo.

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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/05/24/ciencia-e-espaco/heranca-neandertal-ciencia-avanca-para-entender-relacao-com-homo-sapiens/