
Um dos maiores obstáculos na imunoterapia contra o câncer é a dificuldade de personalizar o tratamento: encontrar, entre milhões de células do sistema imune, aquelas que conseguem identificar um tumor específico, pode levar anos e nem sempre dá certo. Agora, uma nova plataforma de inteligência artificial (IA) pode reduzir esse processo para poucas semanas.
A tecnologia, desenvolvida por cientistas da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU) e do Scripps Research Institute, projeta em computador proteínas personalizadas, chamadas minibindres. Essas proteínas funcionam como “chaves moleculares” que se ligam a alvos cancerígenos e guiam as células T do paciente para eliminá-los, segundo informações do EurekAlert.
Testes e funcionamento da inteligência artificial
Nos testes de laboratório, a IA foi usada para criar um minibinder contra o alvo NY-ESO-1, comum em diversos tipos de câncer. A proteína projetada foi inserida em células T, dando origem às chamadas IMPAC-T cells, que se mostraram altamente eficazes na destruição de células cancerígenas.
“Foi incrível ver algo gerado puramente no computador funcionar tão bem no laboratório”, afirma Kristoffer Haurum Johansen, pesquisador da DTU e coautor do estudo publicado na Science.
Leia mais:
- Câncer de pâncreas: causas, sintomas e tratamentos
- Como cigarros convencionais e eletrônicos causam câncer no corpo humano
- Por que beber álcool pode causar câncer

Precisão com segurança
- Um destaque do trabalho foi a criação de uma “checagem virtual de segurança”;
- A IA analisa, ainda na fase de design, se os minibindres poderiam interagir com células saudáveis, reduzindo os riscos de efeitos colaterais graves;
- Isso é importante em tratamentos imunológicos, conhecidos por potenciais reações cruzadas;
- “Conseguimos aumentar a segurança ao prever e evitar essas interações indesejadas logo no início”, explica a professora Sine Reker Hadrup, coautora da pesquisa.
Tratamento contra o câncer em humanos
A previsão dos cientistas é que os primeiros testes em humanos comecem em até cinco anos. O procedimento seria semelhante ao de terapias com células CAR-T: o paciente fornece uma amostra de sangue, suas células T são modificadas com os minibindres criados por IA e, depois, reinseridas no organismo.
A técnica também foi testada com sucesso em um caso real de melanoma metastático, mostrando que a plataforma pode ser aplicada a diferentes tipos de câncer.
“Estamos criando um novo conjunto de olhos para o sistema imunológico”, diz Timothy P. Jenkins, da DTU. “E fazemos isso em velocidade inédita.”

O post IA é nova aliada nos tratamentos conta tumores apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/07/27/medicina-e-saude/ia-e-nova-aliada-nos-tratamentos-conta-tumores/