
Imagens divulgadas nesta segunda-feira (28) revelam com precisão inédita o nascimento de novos sistemas solares. Astrônomos captaram os registros mais detalhados já feitos de estrelas jovens cercadas por poeira e gás – o ambiente onde planetas estão começando a se formar.
Essas imagens mostram mais de uma dúzia de sistemas ainda em estágio inicial. Elas ajudam a entender onde exatamente os planetas se formam, com que velocidade crescem e quais os materiais que compõem essas novas estruturas. Os dados vão ajudar a aperfeiçoar modelos sobre a origem dos planetas.
Os registros foram feitos com o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), um superconjunto de radiotelescópios instalado no deserto do Atacama, no Chile, capaz de enxergar detalhes invisíveis a outros telescópios, graças a técnicas que aumentam a nitidez e eliminam distorções na imagem.
Planetas se formam a partir do acúmulo de matéria
O ALMA consegue detectar sinais emitidos por partículas muito frias, como as presentes em nuvens de poeira e gás interestelar. Nessas nuvens, chamadas discos protoplanetários, os planetas se formam a partir do acúmulo de matéria. São como berçários cósmicos, onde novos mundos começam a nascer.
Em um comunicado, Richard Teague, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e um dos líderes do projeto, essas técnicas são como trocar óculos simples por binóculos potentes. “Agora conseguimos ver detalhes que antes eram totalmente invisíveis”.

A equipe observou 15 sistemas estelares localizados entre algumas centenas e mil anos-luz da Terra. Em vez de tentar ver diretamente os planetas, que são pequenos e escuros, os cientistas buscaram marcas deixadas por eles nos arredores – como ondulações no gás ou lacunas nos discos.
Essas pistas indicam que os planetas estão interagindo com o ambiente, moldando os discos com sua gravidade. Christophe Pinte, outro pesquisador do projeto, comparou o processo a buscar um peixe pelas ondulações que ele provoca num lago – mesmo sem enxergar o animal diretamente.
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Estudos são liderados por pesquisadores jovens
A análise das imagens resultou em 17 artigos científicos já publicados, que mostram que esses sistemas em formação são muito mais complexos e dinâmicos do que se imaginava. Mesmo em estágios iniciais, os discos já apresentam anéis, fendas e movimentos que revelam a ação dos planetas.
Os cientistas também identificaram como grandes grãos de poeira se acumulam nos discos, formando estruturas que podem dar origem a planetas. Eles ainda propõem novas formas de medir a quantidade de massa disponível para formar mundos inteiros.
Um aspecto importante é que jovens pesquisadores lideraram grande parte do trabalho. Do total de artigos publicados, 12 foram assinados por cientistas em início de carreira. Novas descobertas devem ser anunciadas ainda este ano.
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