No Olhar Espacial da última sexta-feira (5), Marcelo Zurita recebeu Lauriston Trindade, membro da Bramon e codescobridor das primeiras chuvas de meteoros brasileiras, e Marcelo Domingues, astrônomo amador do Clube de Astronomia de Brasília, para explicar um fenômeno fascinante: os pequenos meteoros que atingem a Lua todos os dias, produzindo rápidos brilhos que podem ser vistos daqui da Terra, chamados de Fenômenos Lunares Transientes (TLPs).
“As TLPs são, em sua maioria, impactos de meteoritos. Na terra você vê o brilho do objeto caindo como forma de asteroide, na lua — como não tem atmosfera — você vai ver o brilho do impacto no solo lunar”, disse Domingues. Eles se tornam mais impressionantes ainda por conta da capacidade de serem observados daqui da terra, por conta da alta energia que produzem.
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, existe uma pequena possibilidade de que o asteroide 2024 YR4 colida com a Lua em 2032. Devido ao tamanho da rocha, um impacto desse tipo poderia gerar um espetáculo impressionante — embora as chances sejam mínimas.
TLPs e quando podemos observá-los
Mesmo que um evento dessa magnitude não ocorra, é possível observar TLPs com uma boa frequência. Segundo Lauriston: “a partir de um metro, um asteroide que colide com a Lua, já é o suficiente para ser visualizado a mais de 350 mil km”, segundo estudos, apenas 2% dessa energia é dissipada de forma luminosa, “estamos falando de uma energia muito grande envolvida, o suficiente para vermos aqui da terra”, completou o astrônomo.
Fragmentos muito menores atingem a superfície lunar regularmente, provocando os chamados flashes de impacto.
No mês passado, o observador japonês Daichi Fujii registrou dois desses flashes — conhecidos como TLPs (Fenômenos Lunares Transientes) — em pouco mais de 48 horas. Curador do Museu da Cidade de Hiratsuka, Fujii já documentou mais de 60 impactos desde 2011, consolidando um dos maiores acervos independentes desse tipo de observação.
Geminídeas devem aumentar chances de ver flashes lunares
Segundo a Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), dezembro marca o melhor momento do ano para tentar observar TLPs: o pico da chuva de meteoros Geminídeas, que acontece entre os dias 13 e 14. Por isso, a organização lançou uma campanha nacional para incentivar a observação e o registro desses impactos.

Outros fatores ainda vão influenciar na qualidade da observação. Diferente de chuvas de meteoros passadas, nesse que ocorre no próximo final de semana, a janela de tempo onde será possível visualizar os flashes será de cerca de 2 horas. Além disso, mais de 50% da lua estará escura, facilitando ainda mais o avistamento dos TLPs.
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“Quando você tem uma grande porção iluminada da lua, mesmo colocando o telescópio na região da sombra, acaba ofuscando por conta da luminosidade lunar”, disse Lauriston. Mas isso não será um grande problema entre os dias 13 e 14, “terá uma parte do disco muito favorável e geometricamente também, uma grande porção vai estar disponível para os impactos. Ou seja, quanto maior a parte escura da lua, mais fácil a observação”, completou o especialista.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2025/12/09/ciencia-e-espaco/impactos-na-lua-viram-espetaculo-astronomico-com-pico-das-geminideas/
