
A Intel confirmou que recebeu US$ 5,7 bilhões do governo dos Estados Unidos, parte de um acordo que prevê a aquisição de 10% de participação na empresa. O anúncio foi feito pelo diretor financeiro, David Zinsner, durante uma conferência com investidores nesta quinta-feira (28).
Apesar do repasse já ter sido realizado, a Casa Branca afirma que o acordo ainda não está finalizado. A secretária de imprensa, Karoline Leavitt, declarou que os detalhes continuam sendo definidos pelo Departamento de Comércio e que a transação segue “sob discussão”.
Participação do governo na Intel
Segundo a Reuters, o investimento do governo norte-americano foi articulado pelo presidente Donald Trump como incentivo para que a Intel mantenha o controle majoritário de sua divisão de fundição, responsável pela fabricação de chips para outras empresas. Além disso, o acordo prevê um warrant de 5% que poderia ser acionado caso a companhia reduza sua participação nessa unidade para menos de 51%.

Zinsner disse, no entanto, que não vê grande chance de isso acontecer. “Não acho que haja alta probabilidade de levarmos nossa participação abaixo de 50%. Então, no fim, espero que (o warrant) expire sem valor”, afirmou o executivo.
Incertezas e riscos
- Em documentos corporativos divulgados nesta semana, a Intel alertou que o acordo pode gerar reações negativas de investidores, funcionários e até de governos estrangeiros.
- A companhia mencionou também possíveis processos judiciais relacionados à transação e um aumento no escrutínio público e político sobre suas operações.
- De acordo com a CNBC, Zinsner reforçou que a empresa ainda pode buscar investidores externos para a unidade de fundição, embora isso deva ocorrer em um horizonte de mais longo prazo.
- A prioridade atual seria garantir um grande cliente para a próxima geração de tecnologia de fabricação, chamada de 14A, vista como crucial para a sobrevivência do negócio.
Reestruturação em andamento
Nos últimos meses, a Intel anunciou medidas para se reestruturar, incluindo a captação de US$ 2 bilhões junto ao SoftBank e o corte de seu quadro de funcionários para 75 mil pessoas. O CEO Lip-Bu Tan tem defendido a busca por grandes contratos de manufatura e a venda de áreas consideradas não essenciais.

Mesmo com o aporte bilionário do governo, a situação da empresa segue delicada. Em julho, a Intel divulgou resultados financeiros acima do esperado, mas suas ações caíram 8% diante de preocupações com a divisão de fundição. Na quinta-feira, os papéis da companhia apresentaram leve alta de 0,2%, cotados a US$ 24,90.
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