Uma equipe de pesquisadores da Ohio State University apresentou as primeiras imagens infravermelhas de remanescentes de supernovas na Galáxia do Triângulo (também conhecida como Messier 33). Os registros foram feitos por instrumentos de última geração do Telescópio Espacial James Webb.
A descoberta faz parte dos esforços na busca por mais entendimento sobre as explosões de supernovas. Isso inclui a compreensão sobre a composição de estrelas, a produção de poeira e a física das ondas de choque astrofísicas que viajam através de nuvens de gás.
De acordo com o coordenador do estudo, Dr. Sumit K. Sarbadhicary, as pesquisas têm ficado confinadas à nossa galáxia e seus satélites. “Não conseguimos sair das Nuvens de Magalhães e explorar galáxias mais distantes no infravermelho. Sabemos que Andrômeda (M31) e Triângulo (M33) têm várias centenas de supernovas, então há um tremendo potencial para construir estatísticas”, disse ao site Universe Today.
Os primeiros registros de supernovas em comprimentos de onda infravermelhos tinham uma resolução espacial limitada, já que os equipamentos captavam apenas 30% das explosões na Via Láctea, segundo o pesquisador.
O lançamento do telescópio Spitzer otimizou a busca, mas a resolução das imagens ainda trazia desafios. Agora, com o James Webb, a astronomia infravermelha deu um novo passo, com imagens mais claras e em galáxias ainda pouco exploradas.
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O que foi descoberto?
Os instrumentos do James Webb conseguiram captar 20% das supernovas da Galáxia do Triângulo, o que os pesquisadores consideram “apenas a ponta do iceberg”.
“A descoberta mais surpreendente foi a presença de emissão de hidrogênio molecular em duas das três supernovas onde tivemos observações. O hidrogênio molecular é de longe a molécula mais abundante no gás interestelar, mas por causa da simetria da molécula, ele não pode produzir radiação visível nas temperaturas frias típicas do gás interestelar”, contou Sarbadhicary.
“Somente quando aquecido por choques ou emissão ultravioleta o H2 emite radiação (como em 4,7 mícrons), então ele é um rastreador muito útil de choques que atingem gás molecular denso, onde ocorre a formação de estrelas.” Esta foi a primeira vez que tais observações foram feitas de uma fonte extragaláctica.
A descoberta possibilita novas explorações na Galáxia de Andrômeda (M31) e galáxias vizinhas do Grupo Local, como a Galáxia do Pinwheel do Sul (M83), a Galáxia dos Fogos de Artifício (NGC 6946) e a Galáxia do Redemoinho (M51).
“Pessoalmente, estou bastante animado em poder estudar a população de supernovas impactando gás denso com o Webb, já que a física de como os choques impactam gás denso e regulam a formação de estrelas em galáxias é um tópico importante na astronomia”, afirmou o pesquisador.
A pesquisa teve participação de vários astrônomos e físicos da Ohio State University, do Harvard & Smithsonian Center for Astrophysics, do Center for Computational Astrophysics do Flatiron Institute, do Institute for Theoretical Astrophysics da Universidade de Heidelberg, do National Radio Astronomy Observatory e do Space Telescope Science Institute.
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Fonte: https://olhardigital.com.br/2024/11/01/ciencia-e-espaco/james-webb-encontra-supernovas-em-galaxia-pouco-explorada-veja/